• 14 de Abril, 2025

BNA subiu taxa de referência para 18% devido à inflação crescente

 BNA subiu taxa de referência para 18% devido à inflação crescente

O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu na terça-feira (21.11),  aumentar a taxa de juro de referência para 18%, antes fixada em 17%, devido à trajetória crescente da inflação, e prevê continuar com uma política monetária restritiva, avançou o governador da instituição.

Manuel Tiago Dias falava à imprensa depois da reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola, reunido, em Luanda, segunda-feira, e explicou que a decisão se deveu à perspetiva de que este quadro inflacionário venha a comprometer o objetivo de se atingir a taxa de inflação de um dígito a médio prazo.

O CPM deliberou também o aumento da taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez para 18,5%, da taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez para 17,5%, adiantou o governador do banco central.

“A trajetória da inflação recomenda a manutenção do sentido restritivo da política monetária com vista ao seu alinhamento com o objectivo de médio prazo, situação que continuará a ser monitorada pelo Banco Nacional de Angola e que poderá levar á tomada de medidas adicionais caso se afigure necessário”, declarou Manuel Tiago Dias.

Outra decisão desta reunião foi aumentar em 18% o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional e, entretanto, eliminou a taxa de custódia sobre o excesso de reservas livres das instituições financeiras bancárias depositadas no BNA.

O governador do BNA sublinhou que o aumento das taxas surge depois de um período de observação da tendência inflacionária, que se mantém persistente, particularmente nos últimos três meses, com taxas que se fixaram acima dos 2% ao mês.

“Nós vínhamos até ao mês de maio com uma tendência de redução da inflação e depois, nos meses de maio e junho, aconteceu uma redução muito substancial das disponibilidades em moeda estrangeira e consequentemente uma depreciação da nossa moeda na ordem dos 37%”, apontou Manuel Tiago Dias.

A isso, acrescentou o governador do BNA, juntou-se ainda o aumento de preços na sequência da redução dos subsídios aos combustíveis, particularmente da gasolina, tendo o banco central perspectivado que todos estes fatores teriam um impacto na inflação durante aproximadamente três meses, o que não aconteceu persistindo o aumento dos preços na economia angolana.

Manuel Tiago Dias disse que o saldo superavitário da conta de bens fixou-se em 16,8 mil milhões de dólares (15,4 mil milhões de euros) nos dez primeiros meses deste ano, registando-se uma redução de 12 mil milhões de dólares face ao período homólogo, reflexo da redução das receitas de exportação em 13,9 mil milhões de dólares.

“Como consequência, a oferta de divisas no mercado cambial situou-se em 8,4 mil milhões de dólares, uma redução de 28,7% comparativamente ao montante transacionado no mesmo período do ano passado”, referiu.

De acordo com o governador do BNA, no final de Outubro passado o ‘stock’ das reservas internacionais fixou-se em 14,2 mil milhões de dólares, o correspondente a um grau de cobertura de mais de sete meses de importação de bens e serviços.

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