As Empresas Púbicas de Água e Saneamento (EPAS) espalhadas pelas 18 províncias do País têm por receber dos seus clientes mais de 110,8 mil milhões Kz pelo consumo de água, um valor que vem a ser acumulado nos últimos anos, de acordo com os dados disponibilizados pela directora geral da Direcção Nacional de Águas (DNA), Elsa Ramos.
Em termos da dívida nacional, 97,9 mil milhões são de clientes particulares (88,2% do total), 9,9 mil milhões de entidades e empresas privadas (8,9%%) e 2,7 mil milhões Kz do sector público (2,9%), avança o semanário Expansão.
Com cerca de 500 mil clientes, a província de Luanda é responsável pela maior parte da dívida nacional, cerca de 95,4 mil milhões Kz, equivalente em termos percentuais a 86,3% do valor total, e que tem vindo a aumentar. No final de 2020, a dívida era de 87 mil milhões Kz, correspondendo a um aumento de 9,6% no ano passado.
Os clientes particulares são a maior fatia, 89,4%, mais de 85,3 mil milhões Kz. Este facto levanta enormes dúvidas na recuperação destas dívidas, sendo que a cada ano que passa o valor aumenta, o que na prática significa que não se recuperam as dívidas, pelo contrário, sendo que chegará um momento em que a EPAS vai ter de assumir nos balanços a perda definitiva destes valores.
A província de Benguela, representada pela Empresa Pública de Águas e Saneamento do Lobito (EPASL) é a segunda maior devedora com 8,2% da dívida, o equivalente a 9,1 mil milhões Kz. No ano de 2020, a dívida dos clientes na província de Benguela atingiu os 780 milhões Kz crescendo cerca de 8,5% em relação aos dados actuais. É também a segunda província com maior número
A Província da Huíla é a terceira da lista com mais dívidas, 1.274 milhões Kz. Na lista das províncias surgem depois o Namibe com mais de 802 milhões Kz, a Lunda Norte com 631 milhões Kz, Malange com mais de 556,4 milhões Kz, Cuanza Norte com 341,9 milhões Kz, Cuanza Sul com mais de 332,7 milhões Kz, a província do Cunene com 103, 8 milhões Kz, a província de Cabinda com mais de 135,4 milhões Kz e a província do Bengo com 133 milhões Kz.
O caso mais curioso é o da província do Bié, tinha uma dívida global acumulada no final de 2020 de 82,1 milhões kz, sendo que em apenas um ano passou para 563,5 milhões, um crescimento de 587,2%. A dívida da província do Huambo também viu o valor da dívida mais que triplicar em apenas um ano, passando de 255 milhões Kz para 929,7 milhões Kz.
Fonte: Expansão