• 1 de Dezembro, 2024

Golpe militar na Guiné-Conacri: tomada de poder pelas armas

 Golpe militar na Guiné-Conacri: tomada de poder pelas armas

O Presidente da Guiné-Conakry, Alpha Condé, foi, ontem, detido em Conacri, na sequência de um Golpe de Estado, liderado pelo chefe das Forças Especiais, Ma-mady Doumbouya, que terá contado com a cumplicidade dos seus homens.

Num vídeo posto a circular nas redes sociais, pode ver-se Alpha Condé sentado numa cadeira, de camisa aberta e descalço, rodeado por militares armados, deixando perceber que estava impedido de se movimentar e que teria sido apanhado de surpresa.

No vídeo podia ainda ouvir-se uma pessoa a perguntar ao Presidente se ele havia sido agredido, não se ouvindo qualquer resposta.

Às oito horas da manhã local, a France Press citava residentes de Conacri que diziam que tiros de armas automáticas foram ouvidos no Centro da capital e que muitos soldados eram visíveis nas ruas.  Nenhuma explicação foi inicialmente disponibilizada sobre as razões para esta tensão na península de Kaloum, no Centro de Conacri, onde estão localizadas a Presidência, instituições e escritórios comerciais. As autoridades não falaram sobre esta situação.

No início da tarde, Mamady Doumbouya pôs a circular nas redes sociais uma declaração onde assumia que estava a liderar a situação, garantindo que tudo estava “sob controlo”. Na mesma declaração, o líder do golpe anunciava que a situação política e económica do país, bem como a inoperatividade  das instituições republicanas e a instrumentalização da Justiça “levaram as forças armadas a assumirem as suas responsabilidades para com o povo”.

Mamady Doumbouya anunciava a dissolução do Parlamento, Constituição,  Governo e o encerramento das fronteiras.
Antigo legionário integrado nas Forças Armadas Francesas, Mamady Doumbouya criou as Forças Especiais da Guiné, com as quais conseguiu uma independência face ao Exército Regular que lhe permitiu agora dar este Golpe de Estado sem que exista conhecimento de que tenha sido alvo de qualquer tipo de resistência.

Guterres e CEDEAO condenam o acto

O Secretário-Geral das Nações Unidas e a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o acto  e exigi-ram a libertação do Presidente da Guiné.

Numa publicação no Twitter, António Guterres disse que está a seguir a situação na Guiné-Concari “de mui-to perto.
“CEDEAO exige respeito pela integridade física de Alpha Condé, a sua libertação imediata e sem condições, bem como de todas as personalidades detidas pelos militares”, adianta a organização em comunicado .

A organização, dirigida atualmente pelo presidente do Gana, Nana Akufo Addo, manifestou “grande preocupação” com os “recentes desenvolvimentos políticos” em Conacri e condenou “firmemente” o que considerou uma “tentativa de golpe de Estado”

Euronews|JA

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