• 2 de Dezembro, 2024

Criança morre durante motim de mulheres jiadistas na Síria

 Criança morre durante motim de mulheres jiadistas na Síria

acampamento Al Hol na Siria (DR)

Mulheres detidas num acampamento que abriga familiares de militantes do autoproclamado Estado Islâmico na Síria tentaram sequestrar guardas curdos na segunda-feira, tumulto que levou a um tiroteio que causou a morte a uma criança e vários feridos.

Um oficial curdo, citado pela agência Associated Press (AP), apenas confirmou a tentativa de sequestro dos guardas, no Al Hol, extenso acampamento no nordeste da Síria, onde dezenas de milhares de mulheres e crianças, principalmente esposas, viúvas e filhos de membros do Daesh, são mantidas.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, revelou que mulheres detidas no campo de Al Hol tentaram sequestrar guardas, levando a um tiroteio onde uma criança de 10 anos acabou por morrer e mais seis mulheres e crianças ficaram feridas.

Esta organização não-governamental (ONG) referiu ainda que o tiroteio causou um incêndio e que as mulheres não conseguiram sequestrar os guardas.

Um outro oficial curdo, citado pela AP, mas que não se identificou, disse desconhecer a tentativa de sequestro, mas revelou que existiram tumultos numa pequena seção que continha principalmente mulheres e crianças estrangeiras.

Esta fonte apontou que sete mulheres e crianças ficaram feridas durante os distúrbios de segunda-feira.

Cerca de 50.000 sírios e iraquianos estão em Al Hol, sendo que quase 20.000 destas são crianças.

Num acampamento sobrelotado, várias famílias vivem muitas vezes amontadas em tendas, as instalações médicas são mínimas e o acesso à água potável e saneamento é limitado.

O incidente de segunda-feira ocorreu numa secção separada e fortemente vigiada do acampamento, onde 2.000 mulheres de 57 outros países estão lá localizadas e que abriga cerca de 8.000 crianças.

Estas mulheres são consideradas as mais persistentes defensoras do Daesh.

O Observatório registou 84 crimes dentro do campo em 2021, que resultaram na morte a 89 pessoas, incluindo dois polícias curdos, 67 iraquianos e 20 sírios.

O ataque ocorreu dias depois do principal líder do autoproclamado Estado Islâmico, Abu Ibrahim al-Hashemi al-Qurayshi, ter sido morto na sequência de um ataque dos Estados Unidos ao seu esconderijo no noroeste da Síria.

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