O Prémio Nobel da literarura vai este ano para Abdulrazak Gurnah, de 73 anos. O escritor natural de Zanzibar, arquipélago da Tanzânia, é conhecido por escrever sobre colonialismo e refugiados, estatuto de que ele próprio usufruiu para receber proteção britânica no final da década de 60.
Gurnah sucede à poetisa Louise Glück, distinguida em 2020, e junta-se a ilustres autores na linha de Bob Dylan (2016), Mario Vargas Llosa (2010), Günter Grass (1999) ou José Saramago (1998), único português na lista de distinções anuais da Academia Real Sueca iniciada em 1901 com “o reconhecimento especial da composição poética” do francês Sully Prudhomme.
O laureado deste ano está radicado no Reino Unido, escreve em inglês e entre os respetivos romances de maior sucesso estão “Paradise” (Paraíso”, em tradução direta), publicado em 1994″, e “By The Sea” (“Junto ao Mar”), de 2001, editado em Portugal dois anos depois pela Difel.
O último livro de Abdulrazak Gurnah intitula-se “Afterlives” (“Depois da vida”) e foi publicado em 2020.
Gurnah acabou de se reformar da função de professor de literatura inglesa pós-colonial na Universidade de Kent.
A lista de candidatos é elaborada ao longo do ano através de uma comissão de especialistas espalhada por todo o mundo, juntando professores, críticos, porta-vozes de organizações literárias e outras academias literárias.
Qualquer escritor, sem limites da idade, pode ser nomeado desde que cative os membros da comissão. A lista de nomeados começa geralmente com mais de 200 nomes, reduzida com recurso a ajuda de especialistas internacionais a cerca de 20 nomes e, finalmente, aos cinco finalistas.
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