A questão que paira no ar ao segundo dia do julgamento dos atentados de novembro de 2015 em Paris é qual será a postura do principal acusado?
Na primeira audiência Salah Abdeslam, único elemento do comando que perpetrou os ataques ainda em vida, desafiou os magistrados, afirmando que a sua profissão é “combatente do Estado Islâmico” e acusando as autoridades de o tratarem “como um cão”.
Méhana Mouhou, advogado de acusação:“Abdeslam falou, penso que para provocar. […] As suas palavras constituem uma provocação, especialmente quando disse: ‘Sou o combatente de Alá’ e não que é um combatente por Alá. Alá não lhe pediu nada. Temos de ter atenção a uma coisa, neste processo: o tribunal não deve ser uma tribuna para que ela exponha as suas ideias mortíferas.”
Imperturbável, o presidente dos magistrados, Jean-Louis Périès, não se deixou provocar, frisando o caráter “democrático” e não “eclesiástico” do tribunal.
Thierry Maillot, sobrevivente do ataque ao Bataclan:“O presidente está a tomar o pulso… É firme e parece ser bom, por isso marca diretamente o tom. Não se deixar levar pelas coisas e por isso estou confiante.”
Euronews