• 19 de Abril, 2025

Angola envia alimentos para apoiar vítimas de conflito na RDC

 Angola envia alimentos para apoiar vítimas de conflito na RDC

Vítimas da guerra de Tigrey, na Etiópia (Reuters)

Angola enviou na manhã de sábado para a cidade de Goma mais de 30 toneladas de alimentos para prestar apoio humanitário e assistência às populações deslocadas em consequência do conflito armado no leste da República Democrática do Congo (RDC).

A ajuda de Angola é uma resposta do Presidente angolano, João Lourenço, a um pedido do seu homólogo congolês, Félix Tshisekedi, na sequência da mini-cimeira para a paz e segurança na região leste da RDC, realizada em Luanda no passado dia 23, adianta uma nota de imprensa da Presidência angolana.

João Lourenço é atualmente o presidente em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos e mediador do processo de paz e segurança na região leste da RDC.

A mini-cimeira sobre a paz e segurança no leste da RDC decidiu a cessação das hostilidades e um cessar-fogo dos rebeldes do movimento M23, que Kinshasa diz ser apoiado pelo Ruanda, a partir das 18:00 locais de sexta-feira.

O M23, uma antiga rebelião dos tutsi, pegou em armas no final do ano passado e tem sido visto desde o início por Kinshasa como ativamente apoiado pelo Ruanda, apesar de o país negar o seu envolvimento.

Os rebeldes passaram a controlar, recentemente, grandes extensões de território a norte de Goma, a capital provincial do Kivu do Norte, na RDC, tendo também garantido uma significativa quantidade de armamento.

A mini-cimeira de Luanda decidiu a cessação das hostilidades de sexta-feira à noite no leste da RDC, seguida da saída dos rebeldes do M23 “das áreas ocupadas” e da sua “retirada para as posições originais”.

Se os rebeldes recusarem, a força regional da África Oriental, que será mobilizada para Goma, “utilizará a força para os obrigar a cumprir” o acordo.

O encontro, que decorreu em Luanda, sob mediação do Presidente angolano, na qualidade de mediador da União Africana (UA), decidiu também a “continuação do pleno desdobramento da força regional”, segundo um comunicado final da reunião, e contou também com a presença do Presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye, e do antigo chefe de Estado do Quénia Uhuru Kenyatta, estes convidados por João Lourenço.

A situação da segurança na região leste da RDC foi o tema em discussão no encontro, ocasião em que os chefes de Estado “expressaram a sua preocupação relativamente ao agravamento da insegurança e das ações militares persistentes do M23”.

Segundo o comunicado final, os estadistas manifestaram-se igualmente preocupados com a aquisição pelo M23 de armas cada vez mais sofisticadas e outros meios para realizar ataques contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e a persistência de forças negativas e terroristas no leste da RDCongo.

Lusa

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