Segundo dados do Ministério das Finanças, 80% das receitas de Angola provêm do setor petrolífero. A província do Zaire representa 80% do mesmo setor, mas a percentagem de lucros de retorno é zero.
A província do Zaire, a norte de Angola, é considerada um bastião da economia angolana. A maior parte das receitas petrolíferas vêm desta província, que tem também o maior mercado fronteiriço do país. Mas os cidadãos no Zaire dizem que pouco ou nada se faz, em contrapartida, para o desenvolvimento da província.
O académico Ernesto António chama a atenção para o quanto a província do Zaire contribui para a economia angolana.
“Atualmente, o Zaire é o baluarte no abastecimento do orçamento geral do Estado.”
Sem lucros
É desta província que flui grande parte do petróleo que mantém a chama da economia angolana acesa. Segundo dados do Ministério das Finanças, 80% das receitas de Angola provêm do setor petrolífero e dessa “fatia, 80% provêm do Zaire.
A DW África falou com alguns cidadãos que afirmam não sentir os benefícios de viverem na província que mais contribui para os cofres do Estado. Para o funcionário público Álvaro Eduardo falta de tudo um pouco. O morador de Mbanza Kongo sente-se abandonado pelo Governo central.
“Que mal é que te fizemos, Executivo angolano? O Zaire neste momento é igual a zero. Centralidades, nenhuma, por cá. Hospital sem dignidade, estruturas de ensino superior feitas de papel. Quando é que seremos colocados na agenda das prioridades desse Executivo que, quinquénio após quinquénio, nos enche de promessas?”
Promessas de antigamente
Aquando da elevação da cidade de Mbanza Kongo à categoria de património pela UNESCO, em 2017, os governantes garantiram que estavam empenhados em dar mais dignidade à província. Prometeram construir um novo aeroporto internacional, um novo polo universitário e uma centralidade. Mas, até ao momento, nenhuma das promessas foi concretizada. Acresce que faltam empregos, revela o estudante universitário, Garcia Tovola.
“Anualmente entram mais jovens no mercado de trabalho. R esse mercado de emprego é escasso. Hoje estamos a falar de uma taxa de desemprego ao nível da província de cerca de 75%”.
DW