• 13 de Abril, 2025

Antigos combatentes aguardam pensões na miséria

 Antigos combatentes aguardam pensões na miséria

Na província do Kwanza Norte, 1.560 Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria enfrentam dificuldades por causa dos atrasos no pagamento das suas pensões. Os dinheiro dos últimos três meses do ano passado só foi entregue no final de Janeiro.

José Kakola, conhecido nos tempos da guerrilha como Peti Comandante, diz que os pensionistas estão cansados dos atrasos, e a pensão que auferem já é baixíssima.

“Isto não é digno”, desaba Kakola em declarações à DW. “Segundo a gíria, ‘quem liberta não governa’. Os atrasos salariais são notórios e nós, os antigos combatentes, recebemos uma miséria, 23.550 kwanzas [cerca de 39 euros no câmbio atual], e chega a demorar 45 dias para chegar”.

Dinheiro para uns e não para outros?

Se para muitos antigos combates a reivindicação são os atrasos na remuneração e salários baixos que não permitem a compra da cesta básica, para Manuel Pedro, de 70 anos, o seu maior vilão no Uíge é a excessiva burocracia para tratar dos documentos e beneficiar da pensão.

“Ainda não me atenderam por falta de não ter conta bancária. Agora, segunda-feira, é quando vou tratar da conta bancária”, afirma.

O jurista Joaquim Ernesto acusa o Governo angolano de não ser honesto com muitos dos seus filhos, principalmente os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

“O Estado angolano tem agido muito mal e de má-fé no tratamento dos antigos combatentes”, comenta.

“Há muitas denúncias de corrupção no Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria: pessoas que não têm o estatuto de antigos combatentes vêm usufruindo de milhares de kwanzas em nome de antigos combatentes. Então, é tempo de se repor a legalidade”, afirma o jurista.

Entretanto, O ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria defendeu sexta-feira, em Luanda, que as condições sociais que são dadas aos sobreviventes do 4 de Fevereiro devem ser as mesmas para todos os  antigos combatentes que lutaram ou não pela Independência do país.

João Ernesto dos Santos, que falava no acto alusivo às comemorações do 4 de Fevereiro, na província de Luanda, disse que, independentemente do cidadão ser ou não participante do processo do início da luta armada, o Executivo deve tratar a todos como angolanos.

 

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