A presença do Presidente da República, João Lourenço, na província de Cabinda, é marcada com detenções de activistas e dirigentes da CASA-CE que que colocavam bandeiras na via pública.
A visita de João Lourenço a Cabinda chegou a estar agendada para agosto do ano passado, mas foi cancelada, sem serem divulgadas, na altura, as razões. Acontece agora, sob pressão de movimentos separatistas da região.
Militares nas ruas, restrições à circulação, com perímetro de segurança alargado, mas também detenções, denunciam a presença do chefe de Estado na província.
Segundo o secretário executivo da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) em Cabinda, Daniel Nguimbi, nove pessoas foram detidas, entre ativistas e dirigentes da coligação, na noite de quarta-feira (19.04). Nguimbi acusa a Polícia Nacional de violar a lei.
O grupo de activistas e alguns dirigentes da CASA-CE colocavam algumas bandeiras na via pública, visando a visita do presidente da Coligação a Cabinda. A polícia reteve estes elementos e removeu as bandeiras já fixadas.
Colocar bandeiras não é crime
Numa nota de repúdio publicada, a CASA-CE sublinha não se tratar de crime, nem violação de normas administrativas, a colocação, na via pública, de bandeiras de partidos ou coligação de partidos políticos, em período de pré-campanha eleitoral.
No documento que a Fonte teve acesso, a coligação liderada por Manuel Fernandes, apela às autoridades de Cabinda a procederem a libertação dos cidadão detidos “em pleno exercício dos seus direitos políticos”.
Em declarações à DW África, a polícia local – que não aceitou gravar entrevista –, alega que as detenções aconteceram por prevenção, como forma de evitar confrontos entre militantes das diferentes formações políticas. E prometeu a libertação dos detidos “a qualquer momento”.
Nesta sexta-feira (22.04), o Presidente da República inaugurou o Terminal Marítimo de Passageiros. João Lourenço deverá ainda deslocar-se ao campo de Malongo para visitar a construção de uma plataforma petrolífera.
Já no sábado (23.04), nas vestes de líder do MPLA, o partido no poder em Angola, Lourenço preside a um comício em Cabinda que marca o lançamento da pré-campanha eleitoral.