Os corpos de dois detidos que morreram na prisão de Cacanda após o confronto registado a 31 de Janeiro do ano passado, na vila de Cafunfo, província da Lunda Norte, continuam em posse das autoridades. As famílias aguardam pela entrega dos restos mortais para a realização dos funerais, informou esta semana o advogado Salvador Freire.
O causídico que falou à VOA, pede uma indemnização de 50 milhões de kwanzas e a devolução dos corpos retidos pelas autoridades.
Tratam-se dos corpos de João Mamufia, que morreu a 1 de Janeiro deste ano, e de Pensamento José, 3 de Fevereiro, “ainda não foram sepultados e as suas famílias querem dar-lhes um enterro condigno”, diz Salvador Freire.
O advogado duvida que “o Estado venha a dar uma indemnização que compense, mas temos que fazer alguma coisa para disciplinar os agentes do Estado” .
Mamufia e José foram presos na sequência dos confrontos de 30 de Janeiro do ano passado em Cafunfo, cujo número exacto de mortos é desconhecid. As vítimas participavam de uma manifestação convocada pelo Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe.
Entretanto, em Fevereiro deste anos, o Tribunal da Comarca do Dundo, na província da Lunda Norte, condenou o presidente desse movimento, José Mateus Zecamutchima e mais três arguidos, a quatro anos e seis meses de prisão, pelo facto de pertencerem ao referido movimento.