O sistema de ensino em Angola é cada vez mais questionável. Greves atrás de greves. Há inclusive auxiliares de limpeza e agentes de segurança a fiscalizarem as provas. Sobre este assunto Afonte conversou com Francisco Teixeira, presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA).
Afonte (A) – É presidente do MEA e está por dentro do sistema educacional angolano. Como olha para a greve dos professores?
Francisco Teixeira(FT) – Acho que a greve dos professores prejudica muito os estudantes, porque quebra com o processo de ensino e aprendizagem. Mas podemos dizer que era necessário a greve, porque necessitamos da merenda escolar para as crianças, necessitamos de reabilitação das infraestruturas escolares. Em suma, nos apoiamos está greve, porque ela serve também de pressão ao governo para melhorar as condições dos estudantes.
A – Acha que as reivindicações dos professores quer do ensino geral como do superior tem razão de ser?
(FT): Sim. Penso que as reivindicações dos professores dos dois sindicatos são legítimas, porque elas apresentam não só aquilo que são as preocupações do professores, como também aquilo que o estado nega aos estudantes pobres.
A – Quem não tem vontade de resolver os problemas da classe?
(FT): Risos…Claro que e a elite política angolano, interessa a ela, precarizar o ensino público, para que os seus filhos que estão fora do país, apareçam melhor preparados. A classe dominante nunca vai proporcionar a classe dominada uma educação de qualidade.
A – Até que ponto estas greves podem prejudicar os alunos?
(FT): Nos vamos agora escrever para o presidente da República, explicar lo, sobre as greves consequências das constantes greves no ensino público. São consequências de várias ordens, eles os governantes sabem disso, como os filhos deles não estão aqui, eles estão pouco se importando
A – É possível ter-se um ensino de qualidade num país onde até segurança controla provas?
(FT): Claro que não é possível, isso foi um dos pontos mais alto da irresponsabilidade deste governo. Foi simplesmente vergonhoso, eles só fizeram aquilo, porque é nas escolas públicas. Você acredita que se fosse um colégio deles, onde estão os seus isso podia acontecer?
A – Presidente João Lourenço diz que este ano vai apostar mais na edução. Espera por bons resultados?
(FT): Estamos todos expectantes sobre todas estas promessas. Felizmente, a prática é a mãe da verdade.
A – OGE2023 pode ser aprovado em Fevereiro. Os valores destinados para educação satisfaz o MEA?
(FT): Infelizmente, ainda não satisfaz para aquilo que queremos e sonhamos. Estamos distantes das recomendações internacionais.