A fonte/DW- A angolana nacionalizada portuguesa, Ossanda Liber é rosto do Partido Nova Direita, uma formação política que está a nascer em Portugal com foco nas eleições legislativas antecipadas para o próximo dia 10 de Março.
Nascida em Angola, em 1977, Ossanda Liber viveu em Paris antes de se mudar para Lisboa, em 2004. É casada e tem quatro filhos. A líder do Movimento Nova Direita, Ossanda Liber, é uma figura emergente na política portuguesa.
Desde 2021, Ossanda Liber tem tido um percurso político activo. Nesse ano, foi candidata independente à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tendo obtido 864 votos. Em 2022, foi eleita vice-presidente do Partido Aliança, fundado por Pedro Santana Lopes. Em 2023 decide avançar com a fundação do partido Nova Direita, do qual é presidente.
A líder do Nova Direita é uma defensora do empreendedorismo e da soberania nacional. É uma crítica feroz das políticas progressistas e dos movimentos “woke” que considera serem “uma conspiração contra a harmonia em
sociedade”.
Ossanda Liber é uma figura carismática e eloquente. Tem um discurso claro e direto, que atrai a atenção dos eleitores. É uma candidata com potencial para liderar a direita portuguesa nos próximos anos, descrevem os membros da Nova Direita.
A imprensa lusa diz que o partido de Ossanda Liber corre o risco de não participar nas eleições de Março, tendo em conta o chumbo que o Tribunal Constitucional de Portugal deu ao registo do partido. Em conferência de imprensa realizada na quarta-feira (03.01), em Lisboa, capital portuguesa, a presidente da Nova Direita anunciou que as lacunas foram reparadas e acredita que Tribunal vai decidir pela legalização do seu partido até ao dia 15 deste mês, período em que Parlamento português será dissolvido.
Entretanto, Ossanda Liber afirma que a sua formação política está ser discriminada pela justiça de Portugal.
“Aquilo que é exigido, de facto, não é exigido aos outros. Portanto, estamos a ser claramente alvos de discriminação, de parcialidade provavelmente. Porquê? Ainda não sabemos. Estamos confiantes que o Tribunal faça o seu trabalho”.
“As insuficiências foram resolvidas com a entrega de mais 1.700 assinaturas “
Ossanda Liber disse ainda que o partido não pensou em alternativa e no seio do seu “team” reina a convicção de que a Nova Direita vai participar nas eleições. “Estamos convictos que vamos a eleições no dia 10 de março”, acrescentou.
A líder refere que “não há razão objectiva” para a Nova Direita não participar nas próximas legislativas. “Seria demasiado grave” isso acontecer em democracia, afirmou.
Ossanda Liber esclareceu antes todos os passos cumpridos pela comissão instaladora para o registo do partido no Tribunal Constitucional, iniciado a 8 de março de 2023. O requerimento foi por duas vezes indeferido pelo tribunal, que alegou insuficiência de número de subscritores em razão do número de assinaturas inválidas detetadas.
“As insuficiências foram resolvidas com a entrega de mais 1.700 assinaturas em junho e posteriormente, em setembro, com a entrega de mais 1.500 assinaturas, tendo esse défice de assinaturas sido declarado resolvido pelo Tribunal a 3 de Novembro [de 2023]”, esclarece.
O despacho do Tribunal Constitucional validou igualmente a Declaração de Princípios, a sigla e o símbolo do partido. Mas adicionalmente, levantou objeções sobre os estatutos da Nova Direita por não fornecerem garantias de respeito pelos princípios da organização e da gestão democráticas.
Uma nova proposta de estatutos foi remetida ao tribunal e, segundo a líder do partido, parecia estarem satisfeitas todas as exigências daquele órgão. “Com toda a restante documentação validada e com a nova versão dos estatutos corrigidos e entregues, em nenhum momento nos ocorreu que o Tribunal viria a colocar algum entrave adicional ao registo do partido”, confessa.