Em Angola, a Sociedade mineira de Catoca emitiu um segundo comunicado acerca do derrame de resíduos na sua mina de diamantes, na Lunda Sul, nordeste do país e admitiu que existiu um “problema no seu sistema de drenagem”, no entanto, descartou a presença de metais pesados nas águas dos rios afectados.
A situação começou a ganhar novos contornos quando, do outro lado da fronteira, na República Democrática do Congo, surgiram peixes e até hipopótamos mortos, em águas de cor vermelha, situação que foi denunciada pelas autoridades.
A Sociedade Mineira de Catoca, quarta maior mina do mundo explorado a céu aberto, emitiu um segundo comunicado sobre o assunto depois da República Democrática do Congo ter divulgado a morte de 12 pessoas desde julho devido à contaminação do rio Kasai e Tshikapa, na sequência do derramamento de líquidos provenientes das minas angolanas.
A empresa, responsável pela extracção de mais de 75% de diamantes angolanos, admitiu que houve um “acidente no seu sistema de drenagem”, uma ruptura numa conduta, mas descartou a presença de metais pesados nas águas dos rios afectados e defendeu que tal situação não representa risco de vida para as populações.
Segundo a mineira, decorrem agora os trabalhos para a realização de uma auditoria independente que vai envolver especialistas internacionais para identificar e eliminar riscos semelhantes no futuro.
Jomo Fortunato, ministro angolano do turismo, cultura e ambiente, voltou a denunciar a poluição vinda da República Democrática do Congo e falou sobre o derrame proveniente do Porto de Matadi, que afectou o rio Zaire ou Congo. Para além disso, defendeu que a negociação é o caminho para resolver o problema.
A República Democrática do Congo mostra-se muito preocupada com as consequências deste desastre ambiental e pediu ao país vizinho uma compensação pelos danos.
RFI