Vários dirigentes da UNITA estão ser detidos no Uíge devido ao alegado envolvimento acto de pugilato com militantes do MPLA, partido no poder, informou este domingo (20.03), o secretário provincial do galo negro, Félix Simão Lucas.
O confronto entres os membros das duas maiores forças política do país causou ferimentos a 28 pessoas no município do Sanza Pombo, segundo o líder da UNITA naquela província do norte do país.
Os dois partidos disputavam um espaço onde seria realizado actividade política de massa. A UNITA acusou o partido no poder de criar “mau clima” para desestabilizar a oposição no Uíge.
O secretário provincial do galo negro nas terras do bago vermelho, Félix Simão Lucas disse este domingo à Rádio Despertar que o seu partido foi vítima de insulto por parte dos militantes do MPLA , quando preparava o evento político que visiva celebrar o 13 de Março, data da fundação da organização.
“Ao nível da província do Uíge, prevemos realizar este acto no município do Sanza Pombo, e foi antecipado aos quadros do partido no município duas semanas antes do evento. A nossa actividade seria realizada no 13, mas devido aos trabalhos do Grupo Parlamentar, adiamos para o dia 19 de Março. Demos a conhecer o Governo Provincial e o Comando Provincial da Polícia Nacional”, conta o político, relatando que um dia antes do evento descubriu-se que o MPLA também tinha um acto político na mesma região.
“Tomamos conhecimento de um encontro que houve entre a administradora e Polícia. No referido encontro a polícia sugeriu adiar o evento porque a UNITA já tinha programado um acto, mas a senhora administradora não concordou, e o MPLA programou a actividade na mesma hora na sede do município”.
Félix Simão Lucas diz que foram os militantes do MPLA que começaram agredir com paus e catanas, os membros da UNITA.
“Os homens do MPLA vandalizaram uma área onde tinha cozinha que apoiaria o pessoal que veio do município do Puri. Um dos jovens agredido e desmaiou. O próprio agressor está se fazer de vítima. Alías, quando programamos no dia13, eles também programaram para aquele dia. Então, é mesmo um plano preparado pelo próprio MPLA”.
Segundo o político há detenção em massa de dirigentes da UNITA pela polícia. Dos 28 feridos, três estão em estado grave segundo o também deputado.
Félix Simão Lucas diz que a vandalização do Comité do MPLA ocorreu após um ataque protagonizado por militante do MPLA contra a viatura que transportavam membros da UNITA. Lucas acusou a Televisão Pública de Angola (TPA) de manipular os factos.
“O MPLA devia fazer contraditório. A polícia e o Serciço de Investigação Criminal (SIC) estão a recolher os nossos jovens, até indivíduos que não estavam no local. A polícia conhece bem o autor moral desta acção”.
Por seu turno, o secretário para informação do MPLA no Uíge, Virgílio João condena o acto e defende mais diálogo entre os partidos.
“Queremos apelas a todos os militantes, simpatizantes e amigos do partido, vamos continuar a redobrar esforços para promovermos a paz, a democracia e a unidade no nosso seio”.
Angop avança que o confronto resultou em sete feridos, cinco são militantes do MPLA e dois da UNITA, três dos quais encontram-se internados no hospital municipal de Sanza Pombo.
O porta-voz da Polícia Nacional no Uíge, Freitas Zamas diz que a situação está controlada, mas culpa UNITA pelos actos da vandalização do Comité Municipal do MPLA, bem como da Rádio Sanza Pombo.
“Já foram identificados. Foram militantes da UNITA que fizeram toda destruição e também protagonizaram ferimentos aos outros militantes do MPLA. Neste momento, a situação está controlada por parte da Polícia Nacional de Angola”.