Uma falha no sistema de drenagem de águas pluviais estará na base da inundação nos edifícios da Urbanização Vida Pacífica, no Zango 0, verificada desde quinta e sexta-feira, revelou, este sábado, o director nacional de Infraestruturas Urbanas do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

Fernando Francisco falava no decurso de uma visita de constatação aos equipamentos e infra-estruturas de drenagem de águas da referida urbanização, efectuada por técnicos do referido Ministério, liderados pelo ministro do sector, Carlos Alberto dos Santos, para avaliar os danos das últimas chuvas.

Fernando Francisco realçou que uma falha na interacção entre as bombas automática e manual ocorreu e fez com que essas não fossem accionadas e enchessem, causando transbordo da água durante toda a noite.

O director explicou que o sistema de drenagem de águas pluviais ainda está em curso, sendo que o automático ainda não está automatizado em termos de ligação à rede eléctrica da ENDE. “Ela ainda não funciona na sua plenitude, por isso não disparou para alertar que tinham de ser ligados os manuais”, explicou para acrescentar que o poço de recepção das águas pluviais que recebe e encaminha os dejectos para uma bacia de retenção, para por sua vez bombear para uma estação elevatória para às imediações da ZEE, transbordou e levou à inundação da zona mais baixa da urbanização.

O engenheiro fez saber que no decurso da enchente a bomba automática avariou e que os custos adicionais para a sua reparação serão da responsabilidade do empreiteiro. “Mas o sistema está bem concebido e sempre funcionou bem, tanto que nos últimos tempos não tem ocorrido inundações em épocas chuvosas”, garantiu.

O director nacional de Infra-estruturas Urbanas apontou o mês de Março como o limite para que não se registem mais situações de inundações na urbanização Vida Pacífica, por segundo o qual ser o prazo limite para a conclusão das obras do sistema de drenagem de águas pluviais e residuais que está a cargo da empresa Omatapalo.

O engenheiro Carlos Silva, em representação do empreiteiro, disse que uma equipa de técnicos está a fazer um inquérito de modos a analisar quais foram os problemas que levaram à não activação das bombas para ser entregue ao ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

O engenheiro disse, na ocasião, que a situação deve estar controlada num prazo de dois a três dias, na qual poderá repor-se a energia e o normal funcionamento do sistema, na sequência de alguns trabalhos de sucção e limpeza das águas no interior dos elevadores, pátios dos edifícios e ruas blocos 2 e 3 da urbanização Vida Pacífica.

Pelo menos dez viaturas, seis elevadores e uma cabine de energia ficaram totalmente afectados pelas inundações, sendo que, além de submersos, os meios rolantes estão inoperantes, tendo em conta que as águas afectaram as placas electrónicas.

Embora a água tenha ficado pelo rés-do-chão, algumas residências de outros andares ficaram afectadas, pois perderam o tecto falso, por causa da humidade. Os elevadores ficaram inundados e deixaram de funcionar devido ao corte da energia pela ENDE, por uma questão de precaução.

Até às 17h30 de ontem, uma equipa da empresa Omatapalo e um grupo de moradores dos edifícios mais afectados trabalhavam para a sucção da água aos elevadores e da cabine de energia do bloco 1, que abastece os blocos 2, 3, 4, 5, 6 e 7, em cujo interior havia cabos submersos.