• 29 de Novembro, 2024

Guerra na Ucrânia: Putin classifica ofensiva militar de “medida necessária”

 Guerra na Ucrânia: Putin classifica ofensiva militar de “medida necessária”

Sinais das primeiras horas de guerra na Ucrânia (DR)

Vladimir Putin classificou a invasão da Ucrânia uma “medida necessária” para garantir a segurança da Rússia, acrescentando que “não podia fazer outra coisa”. O chefe de Estado russo voltou a apontar o dedo à NATO, acusando a organização de se estar a expandir para leste desde o colapso da União Soviética e de colocar infraestruturas militares junto à fronteira russa.

Para Putin, em todos os locais onde o Ocidente tenta impor a sua ordem, o resultado é morte e destruição. Horas antes, já o governo russo tinha afirmado que a ofensiva não se destinava a começar uma nova guerra, mas sim a colocar um ponto final a uma guerra de oito anos no leste da Ucrânia.

A propaganda russa não descansa na tentativa de desvalorizar a operação em curso, insistindo que os únicos alvos são militares, mas no terreno existem vários relatos de vítimas civis e em pleno território russo crescem as vozes de descontentamento. Várias celebridades condenaram já o ataque à Ucrânia e registaram-se várias manifestações contra a invasão da Ucrânia, que deram origem a cerca de 900 detenções.

O Kremlin nega teimosamente qualquer invasão mas o ministério da Defesa do Reino Unido revelou que as tropas russas estacionadas na Bielorrússia estão já a caminho de Kiev, segundo a Euronews.

A situação na capital ucraniana complica-se e Volodymyr Zelensky já admitiu que as forças russas tinham tomado a base aérea de Antonov, a cerca de 30 quilómetros do centro de Kiev. No resto do país multiplicam-se os combates e, de acordo com o Presidente ucraniano, um dos pontos mais sensíveis encontra-se em Chernobyl.

O chefe de Estado ucraniano acusa as tropas russas de estarem a tentar ocupar a central nuclear, pelo que a Europa corre o risco de sofrer uma tragédia semelhante à ocorrida em 1986.

Apesar da ofensiva militar em curso, a Rússia ainda acredita no diálogo. Pelo menos a avaliar pelas palavras do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov. O chefe da Diplomacia russa afirmou em comunicado que os países ocidentais não respeitavam a lei internacional e acusou a NATO de ter um “apetite pelo planeta inteiro” e de ser “responsável pela segurança mundial”.

Ainda assim, garantiu que a Rússia estava sempre “disponível para um diálogo que fizesse voltar a justiça e os princípios da Carta das Nações Unidas”.

Já a Ucrânia apela aos países da União Europeia o envio para o país de sistemas de defesa militar terra-ar e antimísseis, assim como o recurso a “todos os meios” para afetar os satélites russos.

Numa lista de pedidos enviada para Bruxelas, horas antes de um decisivo Conselho Europeu, o governo de Kiev apela ainda às “restrições mais severas contra a Bielorrússia, que apoiou diretamente a invasão russa em larga escala”.

O documento apela ainda ao fim das licenças de programas informáticos para uso nos equipamentos militares e civis pela Rússia e Bielorrússia; para as autoridades europeias bloquearem ou interferirem com os sistemas russos de navegação por satélite ativos sobre o Mar Negro e o Mar de Azov.

O secretário-geral da NATO considerou esta quinta-feira, em Bruxelas, que a Rússia lançou “uma guerra brutal” contra a Ucrânia e com isso “estilhaçou” apaz no continente europeu.

Pelas seis horas da manhã em Moscovo, três da manhã em Lisboa, o Presidente da Rússia ordenou uma ofensiva militar na região ucraniana do Donbass para alegadamente “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, lê-se na agência russa TASS, mas a ofensiva foi afinal mais vasta e já fez dezenas de mortes civis.

A Polónia está a preparar um comboio médico para transportar os ucranianos feridos na sequência da ofensiva russa, anunciou o ministro da Saúde Adam Niedzielski, acrescentando estarem a ser preparados 120 hospitais onde as vítimas desta invasão podem receber assistência.

Jens Stoltenberg pediu uma cimeira urgente dos líderes da NATO nesta sexta-feira. A aliança atlântica aprovou o reforço dos recursos nos países membros mais a leste, perto da Ucrânia e da Rússia e ativou o plano de defesa do bloco.

Portugal, membro fundador, integra este ano as Forças de Reação Rápida da aliança atlântica e tem um dispositivo “com uma prontidão a cinco dias” para estarem às ordens do comando, se essa for a decisão do Conselho do Atlântico Norte.

A NATO anunciou para esta sexta-feira uma nova reunião, para a qual convidou os parceiros informais Suécia e Finlândia, e ainda a União Europeia, na qual deverá decidir novos passos a dar perante a ofensiva russa.

 

 

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