Homens armados dispararam tiros de bazuca e rajadas de metralhadora, forçando a entrada na sede do Governo. Várias pessoas morreram. Presidente Sissoco Embaló garante que situação foi controlada.
Tiros de bazuca e rajadas de metralhadora foram ouvidos esta terça-feira (01.02) à tarde no Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros. Tanto o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, como o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, estavam no interior do edifício.
Várias pessoas morreram e várias ficaram feridas. As principais vias de Bissau foram cortadas. Os soldados guineenses montaram barreiras num perímetro de 500 metros à volta do Palácio do Governo. As rádios fecharam as portas por motivos de segurança.
Mas, ao fim da tarde, “as forças de defesa e segurança conseguiram impedir este atentado à democracia”, afirmou Sissoco Embaló.
Em comunicado, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou a “tentativa de golpe de Estado”. A União Africana também disse estar bastante preocupada com a situação na Guiné-Bissau. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou ao “respeito pelas instituições democráticas”.

De acordo com Sissoco Embaló, tratou-se de um “ato bem preparado e organizado e que poderá também estar relacionado com gente relacionada com o tráfico de droga”.
O país “não merece isto”, desabafou o Presidente da República numa comunicação à Nação, na terça-feira à noite. E rejeitou quaisquer responsabilidades: “Sou um homem de paz, contra a violência”.
Embaló, que durante o ataque foi retido no Palácio do Governo, juntamente como o primeiro-ministro, garante agora que a situação está “sob controlo”.
Ao minuto:
21:33 CET: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa condena “veementemente” a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau: “A Presidência em exercício da CPLP saúda a firme resposta das autoridades nacionais encabeçadas pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló que levou ao restabelecimento da ordem, e apela à acalmia e tranquilidade”, lê-se num comunicado.
21:18 CET: Sissoco Embaló garante que, neste momento, está tudo sob controlo. E faz um apelo: “Peço à população para estar serena”.
21:16 CET: “A Guiné-Bissau não merece isto”, afirmou Sissoco Embaló. “Sou um homem de paz, contra a violência”. Segundo o chefe de Estado guineense, “as forças de defesa e segurança conseguiram impedir este atentado à democracia”, um “ato bem preparado e organizado”.
20:31 CET: Coordenador do Fórum da Sociedade Civil, Guerry Gomes Lopes, lamenta a violência de hoje em Bissau: “Houve mortos. É uma situação lamentável. Sucessivamente, o país tem vivido uma situação de crises político-militares. Com as eleições, pensávamos que já tínhamos saído desta situação, mas infelizmente vemo-nos confrontados com esta situação nebulosa.”
20:16 CET: O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, diz que as últimas informações que recebeu de Bissau são “positivas”, uma vez que o Presidente da República guineense já está na sua residência oficial. “Mas ainda não sabemos se o ataque terminou”, afirmou Santos Silva em declarações à RTP.