O Presidente da República, João Lourenço, defendeu esta sexta-feira, mais atribuição de vacinas para os países de baixa renda. João Lourenço entende que só a vacinação na escala global poderá acabar com a pandemia da Covid-19 “, condição fundamental para assegurar o pleno retorno da economia mundial”.
O Chefe de Estado que discursava no debate da Organização das Nações Unidas sobre a vacinação contra a Covid-19, que decorre em Nova Iorque afirmou que as nações mais ricas “estão bem protegidas com cerca de 80% das suas populações vacinadas e muitas oferecendo uma terceira ou até quarta dose de reforço, mas em muitos dos nossos países a cobertura vacinal contra a COVID-19 é muito baixa e insuficiente para evitar o colapso dos nossos sistemas de saúde e o aprofundamento da pobreza”.
João Lourenço prosseguiu ainda que a vacinação é única forma de impedir a propagação do vírus, acrescentando que “é preciso garantir que cada país em desenvolvimento cumpra o seu plano de vacinação. Esta premissa deve ser um objetivo global”.
“Há quase dois anos que os nossos países sofrem de forma desigual dos efeitos negativos da pandemia da Covid-19 nos campos da saúde e do desenvolvimento económico e social. Vimos crescer a dívida externa, aumentar os índices de pobreza e aumentar a incerteza sobre o futuro”, sublinhou.
O estadista angolano disse no evento que acção concertada da Gavi/COVAX já permitiu que um bilião de doses fluíssem nos países africanos. João Lourenço defende que os “países ricos e com economias mais estáveis façam doações à COVAX de pelo menos 5 mil milhões de dólares americanos em recursos adicionais, para adquirir urgentemente cerca de 600 milhões de doses e para apoiar a implementação de campanhas nacionais de vacinação”.
Dessa forma, as vacinas da COVAX, juntamente com as fornecidas por outras iniciativas multilaterais, entre as quais o Fundo de Compra de Vacinas da União Africana, terão as ferramentas necessárias para apoiar as nossas estratégias nacionais e regionais de resposta à pandemia.
No entanto, diz o Presidente da República, esses mecanismos devem tornar-se mais flexíveis e responder melhor às necessidades dos países, garantindo prazos razoáveis de validade das vacinas e um fluxo regular no fornecimento das mesmas.
“Dessa forma, os países de baixa renda não serão deixados para trás novamente, garantindo-se assim que possamos avançar juntos rumo a um mundo globalmente mais saudável e seguro”.