• 22 de Abril, 2025

Laurinda Gouveia: “JLO está transformar Angola numa ditadura militar”

 Laurinda Gouveia: “JLO está transformar Angola numa ditadura militar”

Realizou-se de 17 a 19 deste mês, na Noruega, a conferência internacional sobre situação social, econômica e política de Angola. Figuras como José Eduardo Agualusa, Nelson Pestana, Laurinda Gouveia, Maria Graça entre outras participaram do evento. Afonte conversou hoje com activista Laurinda Gouveia, a partir da Noruega.

AfonteDecorreu na Noruega, a conferência internacional sobre situação social, econômica e política de Angola. O que a delegação angolana apresentou, exatamente?

Laurinda Gouveia (LG): Cada intervenientes  apresentou a regressão do processo de tentativa da democracia nos últimos cinco anos. No aspecto econômico os investigadores dizem que o governo de João Lourenço tem dado muito passos em falso. Todas grandes linhas que se propôs lutar, até agora não passam   de perseguição a grupo ontem dominante. O combate a corrupção, parece ser um apenas uma narrativa para criar novos empresários de sua conveniência, isso mostra que Angola está num retrocesso situacional, os angolanos continuam mais pobres, o desemprego aumentou,  o nível de contestação à governação aumentou, àquilo que séria estratégia para transparência e combate a corrupção propaganda populista. O âmbito governação local, os pesquisadores mostram que não existe vontade política do governo de João Lourenço de realizar as autarquias. Apesar de ser explanada na constituição da república de Angola. Por sua vez as activistas disseram na conferência que liberdade de expressão e manifestação, o respeito a dignidade da pessoa em Angola, sofreu um recuo tal, que estamos entrar numa governação militar, ditatorial. Não existe preocupação com a democracia e participação cívica. A tentativa da inclusão das mulheres na política, não passa de cooptação da agenda da igualdade para simulação e consequentemente a manutenção da violência contra as mulheres e perpetuação do praticado e nunca inclusão, e o avanço dos direitos das mulheres, que são as mais sofredoras e maioria em Angola.

AfonteO evento decorreu de 17 a 19 deste mesmo numa altura em que o presidente João Lourenço realizava uma visita oficial. Acha que se apercebeu do assunto e ignorou?

LG: Ignorou totalmente. Pois tivemos conhecimento que foram convidados para o evento. Não apareceram  por conta das personalidades como Eduardo Agualusa, Nelson Pestana, Laurinda Gouveia Maria Graça etc. Pois esse sabia que nós não mostraríamos uma Angola cor de rosa, porquê não faz o nosso tipo.

Afonte Que grandes conclusões e recomendações saíram deste encontro?

LG: Do encontro ficou claro que os  cinco anos de governação serão de muitos desafios, pois João Lourenço tem na mente que não ganhou as eleições, logo vai aumentar a militarização e autoritarismos. Sabem bem que não tem aceitação perante os angolanos. Exortaram o facto de Angola fazer parte da Iniciativa para transparência das indústrias extrativas(ITIE) no intuito de haver  mais fiscalização e transparência. Como recomendação. Ficou exigência do presidente respeitar as a dignidade da pessoa humana. Os índices de pobreza devem ser melhoradas. Institucionalizar as eleições autárquicas pois é  apartir da participação local que acontece a democratização dos municípios e a verdadeira inclusão.

Afonte Acha que estas recomendações terão resultados práticos na vida dos angolanos?

LG: Para ser sincera não.   Porquê não acredito no governo de J.LO e do MPLA, porque são  quase 50 anos de má governação, não tem como porque os índices continuam alarmante de existência como país.

AfonteJá agora, como está o exercício de direitos e liberdades em Angola?

LG: Está caricata. Houve um retrocesso do exercício das liberdades. João Manuel Gonçalves está a transformar Angola numa ditadura militar. A democracia virou para ele como instrumento para ele mostrar ou branquear a realidade,  o que estamos a viver é um grande retrocesso. Toda iniciativa de exercícios de constatação é reprimida a partir das nossas casas. A polícia prende  activistas por esses pensarem diferentes. Ele coptou algumas vozes críticas para poder silenciar toda e qualquer pessoa que fala sobre a má gerência publica. Desde janeiro que  prenderam os dois activistas nem julgamento e outra coisa sem contar o facto desses estarem a morrer aos poucos.

AfontePrevê-se uma situação idêntica nos próximos cinco anos com a nova governação ou o cenário permanecerá igual?

LG: Penso que os próximos cinco anos teremos uma governação pior. Os indicadores apontam para tal. O nível de vida do angolano tende piorar consideravelmente, isso não se adéqua ao salário, sem contar que muita gente não tem trabalho. Vivem da informalidade, logo não tem uma renda estável nem sustentável, para quem tem um rendimento de 100 a 300 kz não terá como  sobreviver a inflação que estamos sujeitos em Angola. Tudo porque temos um governo que não tem senso governativo. Não ouve ninguém, rude e autoritário. Enfim, é triste mas a nossa situação está cada vez pior.

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