• 7 de Abril, 2025

Luanda: Um Festival do Livro na Rua

 Luanda: Um Festival do Livro na Rua

Decorre desde a última terça-feira (05.10), na capital angolana, a primeira edição angolana do “Festival Livro na Rua”(FLIR) que compõe o calendário da Bienal de Luanda (Fórum Pan-africano para a promoção da Cultura da Paz, organizado pela UNESCO, União Africana e Governo de Angola).

A nota de imprensa a que afonte teve acesso indica que, a iniciativa do FLIR em Luanda é do Centro Cultural do Brasil em Angola (CCBA) – instituição que tem investido em eventos ao ar livre tanto em função das condições de biossegurança quanto pela revitalização do espaço urbano onde está inserida.

Encontros entre escritores  

Durante todo evento, haverá encontros virtuais entre escritores e pesquisadores do Brasil e de Angola, e actividades presenciais, com a participação de escritores, editoras e das livrarias angolanas (convidadas para exporem e venderem os seus livros em estandes na histórica Rua dos Mercadores durante o Festival).

Segundo o documento, para além disso, haverá também apresentação do grupo Leituras Assistidas, com a obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, Clubes de Leitura, Exposição ReciclArte, show musical com a banda Etno N’Gola e leituras de textos da literatura infanto-juvenil, nas instalações do CCBA.

Participações de peso  

No documento também se pode ler que “ao todo serão oito painéis que contam com a presença confirmada de expoentes das artes, literatura, cultura e crítica contemporâneas, como Amélia da Lomba, José Luis Mendonça, João Fernando André, Cíntia Gonçalves, Agnela Barros, Jemima Kiala e Kanguimbu Ananaz”, todos angolanos. Ao passo que do lado brasileiro distacam-se os nomes de “Conceição Evaristo, Tom Farias, Maria Valéria Rezende, Prisca Augustoni, Renato Negrão, Ana Elisa Ribeiro, Edimilson de Almeida Pereira, Nazareth Fonseca e Rogério Faria Tavares.”

“Os debates”, acrescenta a nota de imprensa, “são realizados a partir de temáticas próprias da cultura contemporânea, como Literatura e Mulher, Diáspora Africana, a Permanência da Escravidão, Trânsito Literário, o Papel da Edição, Ancestralidade e Memória, Autoria Feminina, e especificamente sobre a vida e a obra da escritora homenageada”, lê-se.

Homenagem 

Nesta edição, o festival homenageia Carolina Maria de Jesus.

De acordo com a organização “ao homenagear Carolina Maria de Jesus, o FLIR destaca a participação feminina na literatura, voltada para o protagonismo da mulher na contemporaneidade e sua contribuição para uma cultura da paz.

A ligação com o FLIR brasileiro também coloca em debate a diáspora africana e seu contributo, pela literatura e pelo livro, para um diálogo entre as nações.

Origem do FLIR 

Originário da cidade brasileira de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, o FLIR é um evento realizado anualmente e tem, em 2021, a sua terceira edição.

Resulta de parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, a Câmara Mineira do Livro, o Sesc Minas Gerais e as livrarias locais.

A edição de 2021 está a decorrer de forma simultânea nas cidades de Belo Horizonte, Luanda e Paris (nesse caso, em parceria com a sucursal da Aliança Francesa na capital mineira).

Casamento entre o presencial e o online  

Assim como a Bienal de Luanda, o FLIR 2021 é um evento híbrido, reunindo segmentos presenciais e online, o que facilitará a realização de debates e painéis de discussão de forma remota, envolvendo participantes brasileiros, angolanos e de outros países.

Para a presente edição, o principal tema proposto é a obra da escritora afro-brasileira Carolina Maria de Jesus, o que deverá garantir especial vínculo com a temática da Bienal, em particular nos eixos de discussão que envolvem a diáspora africana, os direitos humanos e a condição da mulher.

afonte 

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