A Comissão Instaladora do “Movimento para Mudança” (MPM), continua a trabalhar na recolha de assinaturas para a legalização do seu projecto político. Afonte voltou a conversar com o político Ekundy Chissoluocmbe, um dos mentores da iniciativa.
Afonte: Como está o processo da legalização do vosso projecto político?
Ekundy Chissolucombe (EC): O processo anda a bom ritmo. Nós os interessados temos nos envolvido com bastante afinco e determinação, fruto disto temos estado a colher proporcionalmente os resultados.
Afonte: Quais são as dificuldades que têm estado a encontrar no processo de recolha de assinaturas?
EC: Quase que nenhuma, reconhecemos a timidez inicial por parte de alguns cidadãos, mas hoje este elemento ficou ultrapassado, pois estamos inseridos no ambiente politico nacional, representados nas 18 províncias, os nossos representantes nas diferentes províncias têm levado a cabo um leque de actividades nas suas jurisdições, tal como campanhas de sensibilização e mobilização o que elevou os níveis de conhecimento do projecto por parte dos cidadãos.
Então, assumo de bom tom, que as razões que nortearam a criação do MPM, têm sustentabilidade na sociedade angolana.
“Não podemos compactuar com esta eterna oposição adormecida nas regalias parlamentares…”
Afonte: Sabe-se que no dia 11 de Maio realizam a vossa Assembleia Constituinte. Como estão os preparativos?
EC: Confirmo porque fui eu que a convoquei, mas os meandros dos preparativos estão a mercê de uma comissão instituída para efeito e que é coordenada pelo patriota Almeida Manuel. É a ele que se devem dirigir. É a voz autorizada para falar de todos os aspectos ligados ao acto constitutivo do MPM.
Afonte: Há figuras de peso neste projecto político?
EC: Com toda a honestidade não sei o que quer dizer “figuras de peso”. No nosso projecto conta a entrega e o engajamento colectivo. Na balança nenhuma figura pesa mais que o colectivo. É isto que a nos interessa.
Afonte: Nos últimos tempos o Tribunal Constitucional não legaliza partidos políticos. Tem a certeza de que o vosso será legalizado?
EC: A tua afirmação não condiz com a verdade. O PHA e P-JANGO são exemplos de que o tribunal tem estado a fazer o seu trabalho. É preciso que os interessados, neste caso os requerentes da inscrição de um partido político, saibam o que querem fazer para não levar para ao TC dossiês eivados de vícios e depois culpar a instituição. Nós temos sabido respeitar as exigências da lei, só assim se pode chegar lá e com toda a certeza que chegaremos.
Afonte: Há um “Bloco da Salvação” que se considera ser a terceira via. Vão juntar-se a este ou o vosso projecto por si só vai andar com os seus próprios pés?
EC: É mais um projecto e eu não tenho algo contra porque, para mim, o surgimento de forças politicas se consistentes, amadurecem o processo democrático em curso no país, alargando o leque de escolha e a multiplicidade de pensamento. Temos objectivos bem definidos, sustentados no nosso lema que é Legalizar, crescer rumo para 2027. Logo estamos a trabalhar para a legalização, não é assunto para nós. E quem conhece os partidos que fazem parte deste projecto como eu conheço, afirmaria também e sem medo de errar que são sim estes partidos que precisam de um bloco de soluções para se reerguerem.
Afonte: No caso de legalização, que partido se espera, em relação a UNITA e ao MPLA?
EC: A legalização é uma certeza, não temos dúvidas. O MPLA e a UNITA são que nem gêmeos siameses cujo a cirurgia é impossível de se efetivar, mesmos hábitos e costumes, mudando apenas a posição da poltrona por onde emitem as suas opiniões isto é; um no poder a 49 anos e outro na oposição igualmente a 49 anos. Seremos distintos, da ideia politica que se consome hoje, servida por estas forças políticas, da perpetuação do passado, estaremos voltados para o futuro, para desenvolvermos o país. Vamos mobilizar a sociedade para trabalharmos de mãos dadas para realização dos angolanos, dando iniciativa livre a cada um, quebrar as limitações que temos verificado nas politicas publicas errôneas levadas a cabo por quem governa e não se surpreendam com as minhas palavras. Lideraremos a oposição angolana para alternância politica que muito se espera, pois a vida é dinâmica e não espera. Não podemos compactuar com esta eterna oposição adormecida nas regalias parlamentares, desprezando a situação premente que graça a maioria dos angolanos. Somos a força da esperança de uma Angola nova que se esta a erguer agora, comprometida com o seu maior recurso: o homem.