• 1 de Dezembro, 2024

Postos de vacinação em Luanda têm filas intermináveis

 Postos de vacinação em Luanda têm filas intermináveis

Foto de Francisco Miudo

Novo decreto presidencial que mantém a situação de calamidade pública e exige certificados de vacinação para acesso a locais públicos ou fechados está a provocar enchentes aos centros de saúde na capital angolana.

O aumento de infeções e de mortes associadas à Covid-19 e a obrigatoriedade do certificado de vacinas em locais públicos e ou fechados a partir de 15 de outubro em Angola está a provocar uma corrida dos cidadãos aos postos de vacinação.

Nas filas intermináveis em Luanda, encontram-se, sobretudo, muitos jovens que procuram a primeira dose. O funcionário público Dilson João de Deus, de 34 anos, disse que “venceu o medo” e tomou a primeira vacina, afirmando estar “mais confiante e seguro”.

A trabalhadora doméstica Marcelina Sebastião prometeu “aguentar a enchente” em frente ao posto de vacinação do Magistério Primário, zona do Maculusso, centro de Luanda, esta sexta-feira (01.10) para ganhar a imunidade contra a Covid-19.

“Apesar da enchente, vamos tentar, porque em todo o lado não há”, disse. “Estamos aqui a aguentar. Se der para apanhar, vamos apanhar, se não, vamos voltar num outro dia.”

Novas medidas restritivas

O novo decreto sobre a situação de calamidade pública em Angola, com novas medidas mais restritivas para conter a propagação da pandemia, começou a valer esta sexta-feira.

O Governo de Angola voltou a proibir o acesso às praias e piscinas públicas, sendo obrigatória a apresentação do certificado de vacinas para aceder a locais públicos, nomeadamente restaurantes e instituições públicas, entre outros.

Joana Dimiro, coordenadora dum posto de vacinação, sublinhou que as pessoas despertaram em função do novo decreto. “Parece que acordaram e temos aqui uma enchente fora daquilo que estamos habituados a vacinar”, afirmou. “Em alguns dias já se tem notado uma grande adesão embora termos vacinado acima de 2 mil pessoas por dia”, acrescentou.

A estudante Luana Van-Dúnem de Brito, de 19 anos, conseguiu tomar a segunda dose, dizendo que “valeu a pena aguentar a fila enorme”. “Já tomei sim a vacina, o processo foi demorado, mas valeu a pena”, sublinhou.

Esperança Belo, médica e coordenadora do posto da Cidadela, disse estar satisfeita com a adesão considerável, sobretudo entre os jovens. “Quanto mais vacinarmos melhor para atingirmos maior parte da população e para atingirmos a imunidade”.

Angola pretende vacinar 60% da população elegível do país contra a Covid-19 até dezembro próximo, o que corresponde a 7,8 milhões de habitantes maiores de 18 anos, avançou a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta.

LUSA

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