• 29 de Novembro, 2024

Professores marcham por melhoria salarial nas universidades

 Professores marcham  por melhoria salarial nas universidades

Os professores das universidades públicas que se encontram em greve há quase três meses, vão marchar no sábado (19.03), para exigir o cumprimento do caderno reivindicativo.

O Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) exige nomeadamente melhores salários, seguro de saúde, fundos para a investigação científica, a eleição de gestores das universidades e a melhoria das infraestruturas de instituições de ensino.

As negociações começaram no país, mas até agora,  professores e a entidade patronal não conseguem alcançar um acordo, um dois meses após do início da greve.

Entretanto, apesar de estarem em greve, os docentes continuam a receber salários, quando na lei da greve 23/91 de 15 de Julho, no seu artigo 21.º, está inscrito que durante o período que se mantiver em greve fica suspensa a relação jurídica- -laboral no que se refere ao salário e ao dever de obediência.

Um desses professores adiantou ao Expansão que “é como se estivesse de férias”, já que está há quase três meses em casa, sem trabalhar, mas continua a receber salário, o que para o jurista Fortunato Paixão apesar de não ser “uma ilegalidade”, porque o empregador é que decide se retribui os salários, não faz os professores “sentir na pele” as consequências de estarem em greve.

O jurista acrescenta que esta tem sido uma prática comum noutras greves da função pública, em que o Estado não costuma suspender os pagamentos, apesar de se terem tratado de casos que demoraram menos tempo. Assim, desde o início da greve, a 3 de Janeiro, os professores têm recebido os seus salários, o que para o jurista, acaba por os deixar numa situação confortável quando estão a prejudicar milhares de alunos. “A greve é uma perturbação do funcionamento de uma empresa, mas o grevista também tem de sentir na pele e, se estão a pagar-lhe os salários, vão continuar a perturbar o funcionamento das universidades. Não estamos contra a greve, mas a greve suspende os salários”, alerta.

Em declarações ao Expansão, o secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Alves da Silva, admite que os professores estão a receber salário apesar de estarem em greve, mas adiantou que o Ministério está a ponderar avançar com a suspensão desses pagamentos até que os professores retornem ao trabalho. O responsável pela pasta do Ensino Superior reconhece que o facto de os professores em greve continuarem a receber salário faz com que esteja a perpetuar este impasse nas negociações com o sindicato.

É neste cenário que o “braço- -de-ferro” entre o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) e o Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) continua sem fim à vista, prejudicando assim mais de 124 mil estudantes que se vêem impedidos de frequentar as aulas. E por um lado se os estudantes do período diurno não pagam propinas, no período pós-laboral a situação é diferente. Enquanto uma parte continua a ter aulas, outra está em casa mas continuam a estar obrigados a pagar as propinas.

Apesar de várias rondas de negociação entre os representantes dos professores e o Governo, ainda não se chegou a um consenso para suspender a greve anunciada no dia 10 de Novembro do ano passado, interrompida em Dezembro e retomada no dia 3 de Janeiro.

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