O Tribunal Constitucional português aprovou o processo de constituição do partido Nova Direita, que tem como líder a angolana nacionalizada portuguesa, Ossanda Liber.

No acordão que A Fonte teve acesso, o tribunal dá por deferido a legalização de mais um novo partido político em Portugal.

“Nestes termos, considerando verificada a legalidade do projecto de estatutos, bem como os demais requisitos legais, decide-se deferir o pedido de inscrição no registo próprio existente no Tribunal Constitucional do Partido Político com a denominação Nova Direita, a sigla ND”, lê-se no acórdão.

Com a legalização da Nova Direita, Ossanda Liber, nascida em Angola, tem o caminho livre para concorrer nas eleições legislativa antecipadas que vão acontecer a 10 de Março deste ano.

“Contra tormentos, obstáculos e dificuldades, só existe uma receita: Acção, firmeza e determinação inabalável. É assim na Nova Direita, e será assim em Portugal. Temos partido”, anunciou a legalização do projecto político Ossanda Liber na rede social X.

Contra tormentas, obstáculos e dificuldades, só existe uma receita: Ação, Firmeza e Determinação inabalável.
É assim na Nova Direita, e assim será em Portugal.

Temos Partido!

— Ossanda Liber (@OssandaLiber) January 9, 2024

Em declarações recentes ao Jornal de Angola, a líder da Nova Direita disse que um dos motivos que a leva a candidatar-se tem a ver com a crise de confiança dos portugueses em relação aos partidos políticos tradicionais.

“Entendi que era hora de trazer uma nova perspectiva e abordagem para a política. Pretendo ser a voz daqueles que se sentem sub-representados e que não encontram soluções políticas para as preocupações, são eles os portugueses de origem africana, como eu, os conservadores, os empreendedores, e todos aqueles que amam o país e, como eu, angustiam-se perante a situação de decadência em que o país foi colocado”, disse.

Nascida em Angola, em 1977, Ossanda Liber viveu em Paris antes de se mudar para Lisboa, em 2004. É casada e tem quatro filhos. A líder do Movimento Nova Direita, Ossanda Liber, é uma figura emergente na política portuguesa.

Desde 2021, Ossanda Liber tem tido um percurso político activo. Nesse ano, foi candidata independente à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tendo obtido 864 votos. Em 2022, foi eleita vice-presidente do Partido Aliança, fundado por Pedro Santana Lopes. Em 2023 decide avançar com a fundação do partido Nova Direita, do qual é presidente.
A líder do Nova Direita é uma defensora do empreendedorismo e da soberania nacional. É uma crítica feroz das políticas progressistas e dos movimentos “woke” que considera serem “uma conspiração contra a harmonia em
sociedade”.

É a primeira afro-descendente a criar partido em Portugal e em todo mundo ocidental.