Neste domingo (27.2), as ameaças entre Moscovo e o Ocidente subiram de tom, a ponto do Presidente russo, Vladimir Putin, anunciar forças nucleares russas em “regime especial”. Isso significa que Putin ordenou que armas nucleares russas fossem preparadas para uma maior prontidão de lançamento.
Após o anúncio de Moscovo, que chocou o mundo, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que estava disposto a “tentar” conversações com a Rússia, mas acrescentou que é “céptico” se estas conduzirão a um cessar-fogo.
“Aleksandr Lukashenko (o Presidente bielorrusso) me pediu que as delegações russa e ucraniana se reunissem no rio Pripyat. Ressalto: sem condições. E digo isso com franqueza, como sempre, não acredito muito no resultado desta reunião. Mas vamos tentar”, afirmou.
União Europeia (UE) anuncia compra de armas
Na sequência do anúncio de Zelensky, pela primeira vez em sua história, a União Europeia (UE) anunciou que compraria armas para um país sob ataque, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia também propôs a proibição da passagem de qualquer avião russo pelo espaço aéreo da União Europeia e o veto às transmissões da Russia Today e da Sputnik em território comunitário, bem como novas sanções contra Bielorrússia por sua colaboração na invasão da Ucrânia.
Também o grupo G7 das principais nações industrializadas advertiu Moscovo de que poderia enfrentar sanções adicionais se a guerra na Ucrânia continuasse. Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos também concordaram hoje que quaisquer ganhos militares russos na Ucrânia não receberiam reconhecimento internacional.
A Suécia disse no domingo que enviaria lançadores anti-tanque, rações de campo, capacetes e coletes anti-tanque para a Ucrânia.
Mais cedo, o chanceler alemão Olaf Scholz anunciou gastos massivos com a Defesa do país que, segundo ele, implicará o compromisso chave de pelo menos 2% do PIB da Alemanha; à medida que o conflito na Ucrânia obrigada Berlim a repensar a sua política externa.
Portugal, além de outros países, decidiu fechar o seu espaço aéreo a companhias russas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a “condenação veemente” de Portugal à invasão russa da Ucrânia e o “apoio solidário à corajosa resistência ucraniana”.