• 3 de Dezembro, 2024

Opinião: “Formação para empreendedores ajuda na sobrevivência das pequenas empresas”

 Opinião: “Formação para empreendedores ajuda na sobrevivência das pequenas empresas”

Félix Sikito M. Tchilehã*
Sikito13@gmail.com

O presente artigo tem como objetivo, analisar a gestão dos recursos financeiros
nas micro e pequenas empresas. Desempenho de um empreendedor, factores que
influenciam para o fechamento das micros e pequenas empresas e necessidade
de capital de giro. Foi utilizado como metodologia a pesquisa exploratória e
descritiva, por meio de revisão bibliográfica. As conclusões obtidas, demonstram
para a necessidade de conhecimento técnico, para responder as exigências do
mercado de trabalho e garantir o bom desempenho do negócio.

Introdução

Em Angola, a cada dia que passa, o número das micro e pequenas empresas vão diminuindo,
de acordo com o Instituto Nacional de Apoio as Micro Pequenas e Médias Empresas
(INAPEM)  –  As empresas que deveriam representar o maior sector de
empregabilidade a nível nacional. Porém, a maioria dessas empresas não
ultrapassam seis meses ou um ano de funcionamento, devido a alguns factores como:
Elevada carga tributária, que as empresas devem pagar e, principalmente pela falta
de conhecimento técnico de como gerir melhor os recursos, fazendo tudo de
forma empírica. Ou seja, apenas pela intuição ou prática mercadológica.
Algumas conseguem prolongar o seu ciclo de vida, desempenhando o seu papel na
vida econômica e social, de sua comunidade, como geradores de empregos e
produtos que representam a riqueza da comunidade e de uma nação. Todavia, o
momento actual, caracteriza-se com uma intensidade de mudanças significativas
como o desenvolvimento tecnológico, o aumento da competividade, a
complexidade do ambiente econômico e a globalização, que deixam as empresas
diante de novos desafios. Com base nessas considerações, este estudo analisa a
seguinte problemática: O empreendedor como gerador de negócio, sem
competência exigida. Portanto, analisaremos minuciosamente o perfil
comportamental técnico do empreendedor no gerenciamento das finanças nos
negócios.
O gesto é fundamental para a sustentabilidade da empresa, tendo como exigência
o exercício da função, o raciocínio rápido e inovação nas decisões e suas estratégias
traçadas determinam o planeamento futuro da organização. Liderança,
objectividade e versatilidade caracterizam o profissional.
Segundo Azevedo (1992), as principais causas de insucesso nas empresas, é à falta de habilidade administrativa, financeira, tecnologica, além de instabilidade
econômica do mercado. Considerando as variações do mercado, o empreendedor
deve sér um profissional que faz uma busca incessante de conhecimento, pois, ele
é um agente de transformação dentro da organização. Através de suas
perspectivas, é possível identificar as melhores soluções de mercado, e traçar as
diretrizes com o foco em soluções eficientes.

Factores que influenciam para o fechamento das MPE .

O Instituto Nacional de Apoio as Micro, Média e Pequenas Empresas (INAPEM),
apontou alguns fatores que mais influenciaram para o fechamento das MPE, entre
eles estão:
1. Ausência de comportamento empreendedor;
2. Ausência de planeamento prévio à abertura do negócio;
3. Deficiências na gestão empresarial (falta de capacitação no processo de
gestão);
4. Insuficiência de políticas institucionais de apoio;
5. Variáveis macroeconômicas;
6. Problemas pessoais e familiares.
O fechamento de MPE decorre de uma sucessão de fatores negativos e não de
uma única causa. Por outro lado, conforme observações do INAPEM, a maioria dos
empreendedores em atividade, destacaram o acesso ao financiamento
bancário como fator que evitaria o fechamento das empresas. Associa-se a isso, a carga tributária
elevada, a falta de incentivo e a falta de condições.
Observa-se nas pesquisas, que o item considerado prioritário pelos
empreendedores é o capital de giro, financiamento, redução da carga tributária
e ambiente de negócio favorável. Inclui-se aí, a necessidade da gestão do capital de
giro nas empresas.

Necessidade de Capital de Giro

Para Hoji (1999), o capital de giro, são os valores que transitam entre o caixa, a
compra de matéria prima para produção, os produtos estocados, vendas
realizadas  e demais despesas relativas a insumos necessários para o
exercício das atividades da organização.
Observa-se que ao capital de giro vão sendo agregados valores após passar por
transformações no decorrer do ciclo de produção, até converter-se em dinheiro
para o caixa da empresa. O período de espera é definido como prazo de
recebimento. Portanto, num sentido amplo, o capital de giro representa os
recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades
operacionais.
Para Matias (2006), para ser eficiente na gestão do capital de giro nas empresas,
é necessário ter um foco constante nas contas que formam o ativo e o
passivo circulante, ter um estoque mínimo que atenda à produção, controlar os
limites de crédito concedidos aos clientes, acompanhar os débitos junto a
fornecedores e gerenciar o fluxo de caixa, preservando sua liquidez e o lucro.
É fundamental que se tenha uma gestão eficiente desses recursos, pois, se verifica
no segmento das MPE que muitas falências e encerramento de atividades são
consequências da não observação desses preceitos ou do desvio de valores para
outras finalidades e não a sua aplicação no capital de giro da empresa.
Geralmente, a gestão do fluxo de caixa e as eventuais necessidades de capital de
giro ficam a cargo do próprio dono. Sabe-se que estão dentre os maiores
problemas das empresas o capital insuficiente ou a falta deste, o que torna
imprescindível a gestão eficiente da conta caixa, por conseguinte, a a Necessidade
do Capital de Giro (NCG). O gerenciamento do capital de giro é fundamental para
que, no dia a dia financeiro da empresa, haja sincronia entre os prazos de aquisição
de matéria prima, produção, vendas e recebimento.
Conclusão
Segundo Prestes (2002), além de fatores ambientais (internos e externos), é
preciso ferramentas gerenciais que ajudem na gestão dos empreendimentos, em
especial a administração do fluxo de caixa, na qual o gestor visualiza as contas a
pagar e receber, além de poder gerenciar melhor o capital de giro. Soma-se a isso
o controle de seus estoques, produtos em processamento, itens que impactem a
lucratividade, faltas e excessos de matéria prima.
Em suma, a capacitação e a formação dos empreendedores tornam-se de extrema
importância para a sobrevivência das pequenas empresas diante do contexto de
desafios e incertezas vivenciados actualmente e essa formação deve possuir teor
focado na autorrealização e na criatividade, indo além do preparo técnicogerencial e das habilidades.

Referência Bibliográfica
HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática. 5 ed. São Paulo: Atlas,
1999.
SALES, R.L; PEREIRA, C. M. M. A. As práticas de gestão e a mortalidade dos pequenos
negócios.
EGEPE – Encontro de Estudos Sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas
Empresas. V, 2008, São Paulo SP.
DRUCKER, Peter F. Práticas de Administração de empresas. São Paulo Pioneiro,
2002.
GODIM, Sonia M. Perfil Profissional e mercado de trabalho: Relação com formação
acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários, 2002.
Metodologia de Liderança: Gerenciamento de Crise. Disponível em: « http ://
www.mariopersona.com.br». Acessado em 04 /08/2021.
PESQUISA INAPEM. Micros pequenas e Médias empresas. Disponível em:
«www.inapem.gov.ao». Acessado em 04 /08/2021.
ROBBINS, Stephen P. Administração: Mudança e Perspectivas. São Paulo Saraiva,
2000.

Gestor Financeiro e presidente da Associação Giratória de Conhecimto Cientifico

Afonte

 

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