Por Catarina Fortunato: Encostou-se devagar a parede de chapa, respirava ofegante, fez um esforço para abrandar a respiração, suava excessivamente. Procurou por um furo e pôs-se a verificar o perímetro.
Seu coração acelerado, batia tumultuosamente, quase que entrava em órbita.
Espreitou desesperado, enquanto tentava se acalmar, pousou a garrafa de gás, olhou ao redor do espaço onde se encontrava, procurando por uma lugar para esconder a botija roubada.
Ele sabia que se fosse apanhado, daquele dia não passaria… Pôs-se a pensar, numa maneira de sair dali, ileso. O que parecia uma missão impossível.
Localizou uma pá cavou e enterrou a botija e cobriu a superfície com lixo. E a seguir voltou a espreitar a rua e viu um aglomerado de gente se aproximando… Suspirou profundamente, enquanto pensava numa forma de escapar…
Foi quando alguém gritou:
– “ stá ali elé, stá dispereta”
A multidão correu para aquela direção, cercando o local, arremessando pedras e paus, até que o apanharam. Amarraram e bateram-lhe fortemente, exigindo a confissão do crime e a devolução dos bens. Mas ele em minuto nenhum confessou…Mas todos sabiam que era ele, foi então que alguém sugeriu que o queimassem… Ele ainda tentou dizer alguma coisa, mas a população enfurecida, já não ouviu nada… Estavam cansados da situação da delinquência que piorava a cada dia que passava, parecia uma peste e aquele homem já havia feito muito estrago e escapado. Parecia até que tinha feitiço de sondar e escapar.
Colocaram-no ainda vivo entre os pneus de carro, despejaram gasolina e lá do fundo em forma de foguete, alguém lançou um palito de fosforo. Morreu queimado, mas não descobriu onde estava a botija, que dias depois foi encontrada e não devolvida, pelo pedreiro que cavava a fossa daquela obra.