• 18 de Abril, 2025

Proteccionismo Económico em Angola: Desvendando as Controvérsias para um Futuro Económico Sólido

 Proteccionismo Económico em Angola: Desvendando as Controvérsias para um Futuro Económico Sólido

Por: Nataniel Fernandes-Economista

Em meio às vastas terras de Angola, onde os ricos recursos naturais encontram-se entrelaçados com os desafios de uma economia em transformação, surge uma controvérsia que ecoa nas mentes de diversos economistas e decisores angolanos: “o proteccionismo económico”.
Neste cenário, onde as políticas de protecção às indústrias locais se entrelaçam com a necessidade premente de se integrar globalmente, surge uma pergunta intrigante, será que o proteccionismo, muitas vezes visto como um escudo contra os ventos caprichosos do mercado global, poderia, na verdade, estar impedindo o crescimento económico de Angola? Ao adentrar essa discussão, exploraremos não apenas as nuances das políticas protecionistas, mas também as polêmicas que cercam a sua aplicação em sectores cruciais da economia angolana. Este artigo desvendará as complexidades do proteccionismo em Angola, revelando as controvérsias subjacentes e propondo um caminho para um futuro económico mais sólido e dinâmico.

Desafios do Proteccionismo Extremo

Em um cenário económico saturado pelo excesso de proteccionismo, um caso emblemático como o da Biocom serve como um alerta contundente. Apesar do manto protector que a envolve, esta empresa encontra-se agora à beira do precipício financeiro, lançando uma sombra sobre as políticas protecionistas extremas. Em meio a essas medidas, o que poderia ser uma salvaguarda para as indústrias locais se transformou em um terreno fértil para a estagnação e a falta cruel de inovação.
Nesse ambiente, onde a complacência substitui a competição e o conformismo abafa a criatividade, as indústrias locais, com todo o potencial que possuem, encontram-se vulneráveis às implacáveis oscilações do mercado global.

“Em um cenário económico saturado pelo excesso de proteccionismo, um caso emblemático como o da Biocom serve como um alerta contundente”

O proteccionismo, que deveria servir como um impulso para a eficiência e a excelência, paradoxalmente asfixia esses valores, sufocando a motivação para inovar, competir e, acima de tudo, evoluir. Este dilema não é apenas uma questão de estratégia económica, é uma batalha pela alma da inovação e do progresso. Em nossa busca por entender as complexidades do proteccionismo em Angola, devemos enfrentar de frente essas realidades sombrias, questionando se o preço da proteção excessiva está sendo pago com o futuro inexplorado da inovação angolana.

Encerrando Monopólios e Promovendo Competitividade Interna

Em Angola a presença de diversos monopólios representa não apenas um obstáculo para a inovação, mas também um desvio do curso natural da competição. Monopólios limitam as escolhas dos consumidores, sufocam a inovação e desestimulam a competitividade interna. Para construir uma economia verdadeiramente dinâmica e vibrante, é imperativo acabar com esses monopólios.
Encerrar monopólios não é apenas uma questão de justiça económica, mas também um catalisador para a criatividade empresarial. Quando as barreiras monopolísticas são removidas, emerge um terreno de jogo nivelado onde as empresas são incentivadas a inovar, aprimorar seus produtos e serviços, e a competir de forma justa. A competição interna não apenas beneficia os consumidores, proporcionando-lhes uma gama diversificada de escolhas a preços competitivos, mas também impulsiona as empresas a alcançarem padrões mais elevados de excelência.
Promover a competitividade interna não é apenas uma estratégia económica, é uma filosofia que coloca os interesses dos consumidores e a vitalidade económica no centro do palco. Ao fomentar um ambiente onde novos empreendedores possam surgir, onde as pequenas e médias empresas possam prosperar e onde a inovação seja incentivada, Angola estará construindo as bases para uma economia mais dinâmica e resistente.
Encerrar monopólios não é um acto de destruição, mas sim um acto de construção. É a criação de um ambiente onde as ideias inovadoras florescem, onde a competição é justa e onde a economia se fortalece organicamente. Ao adoptar uma postura firme contra monopólios e ao promover a competição interna, Angola estará pavimentando o caminho para uma economia verdadeiramente dinâmica, onde a criatividade empresarial é celebrada, e onde os consumidores têm o poder de escolha que merecem.

Incentivando a Inovação e Elevando a Competitividade

No epicentro da estratégia de proteccionismo em Angola, deve repousar a necessidade urgente de estabelecer metas concretas e mensuráveis. Estas metas, meticulosamente formuladas, deveriam englobar desde melhorias na eficiência operacional até investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento. Ao definir objectivos claros e específicos, o governo angolano não apenas deveria traçar um curso definido para as indústrias protegidas, mas também desafia-las a romperem as barreiras da mediocridade.
A quantificação dessas metas não é meramente um exercício administrativo, mas sim um catalisador para a inovação. Ao enfrentar a pressão de alcançar e superar esses marcos estratégicos, as empresas são compelidas a repensar suas práticas, elevar a qualidade de seus produtos e explorar novas fronteiras de criatividade. Estas metas não apenas serviriam como faróis orientadores, mas também como fagulhas que acenderiam a chama da excelência.

“O foco não deve ser apenas em proteger, mas também em capacitar”

Dentro desse contexto, a competição não é apenas um conceito distante, mas uma realidade iminente. Empresas, impulsionadas pela necessidade de atingir e superar essas metas, não apenas aprimoram sua competitividade interna, mas também se posicionam de maneira mais robusta no cenário global. O estabelecimento de metas concretas não é apenas um exercício burocrático, é uma estratégia perspicaz que nutre a inovação, fomenta a excelência e pavimenta o caminho para um sucesso económico duradouro em solo angolano.

Expandindo Horizontes e Fomentando Resiliência

Na economia angolana, a diversificação emerge como uma bússola vital para a resiliência frente aos desafios globais. Em um mundo onde a estagnação é sinônimo de decadência, a diversificação económica torna-se um pilar inabalável para a prosperidade sustentável. No entanto, a diversificação não é apenas um ideal, é uma necessidade premente.
Proteger indústrias emergentes e desbravar caminhos para a entrada de novos concorrentes em sectores chave são estratégias imperativas. Não se trata apenas de criar um escudo contra as incertezas do mercado global, mas de pavimentar um caminho para uma economia mais dinâmica e competitiva. A proteção, quando aplicada estrategicamente, não é um fim em si mesma, mas um meio para um fim mais elevado, a capacitação das empresas angolanas para competirem em escala internacional.
O foco não deve ser apenas em proteger, mas também em capacitar. Capacitar as empresas não apenas para resistirem às tempestades do mercado global, mas para navegarem nesses mares com confiança e determinação. É um convite para que as empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem em um ambiente de competição feroz.
Portanto, o desafio que se apresenta não é apenas diversificar a economia, mas também encontrar e fortalecer a sua espinha dorsal. Ao proteger indústrias emergentes e facilitar a entrada de novos jogadores, Angola não apenas se defende contra os ventos inconstantes da economia global, mas também se posiciona como um competidor formidável no cenário internacional. Ao fazê-lo, não apenas diversifica sua economia, mas também tece uma tapeçaria de resiliência e competitividade que é essencial para um futuro económico robusto e próspero.

Um Proteccionismo Estratégico para um Futuro Promissor

Em síntese, a aplicação do proteccionismo em Angola deve ser estratégica e voltada para o desenvolvimento sustentável. Estabelecer metas claras, diversificar a economia e promover a competitividade são passos essenciais nesse processo. Ao adotar uma abordagem equilibrada, Angola pode construir uma economia resiliente, capaz de prosperar em um mundo globalizado. Este é o caminho para um futuro promissor, onde a inovação, a competitividade e o desenvolvimento económico coexistem harmoniosamente.

“Angola estaria equipada para escalar a escada do desenvolvimento e ombrear com as nações mais fortes deste mundo”

Nesse contexto, o proteccionismo estratégico se revela não apenas como um escudo protector, mas como uma escada que pode elevar Angola aos patamares das nações mais robustas deste mundo. Ao proteger suas indústrias, estabelecer metas ambiciosas e fomentar a diversificação, Angola estaria não apenas defendendo seu presente, mas também construindo seu futuro. Um futuro onde a nação pode não apenas competir, mas também liderar, um futuro onde a resiliência é tão poderosa quanto a inovação. Com o proteccionismo estratégico como seu aliado, Angola estaria equipada para escalar a escada do desenvolvimento e ombrear com as nações mais fortes deste mundo. Este é o futuro que se pode delineiar, promissor e repleto de possibilidades, quando o proteccionismo é moldado não como uma barreira, mas como um alicerce para um amanhã mais brilhante.

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