CASA-CE acusa Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola de não credenciar mais de 250 delegados das suas listas. Município dos Dembos poderá não ter nenhum delegado nas assembleias de voto por falta de credenciais.
O município dos Dembos, na província do Bengo, poderá não ter nenhum delegado nas assembleias de voto por falta de credenciais. Segundo Benvinda Joaquim, responsável da única coligação a concorrer nas eleições gerais do dia 24 na província do Bengo, o processo está a decorrer de forma anormal.
“Fez-se o registro e recebeu-se o recibo – 90 têm o recibo. Mas temos falha nos delegados de lista no município sede, Dande. No [município] de Pango Aluquem também temos falha”.
A responsável da única coligação a concorrer nas eleições gerais do dia 24 na província do Bengo assegura que vai continuar a trabalhar para resolver o caso.
“Há alguma esperança”
“Há alguma esperança. Caso não isso não se resolva, os nossos delegados vão trabalhar com recibo da inscrição, porque não podemos nos prejudicar”, disse.
A DW África contatou o presidente da Comissão Provincial Eleitoral do Bengo, José Jamba, e o seu porta-voz, Manuel Buanga, mas estes manifestaram indisponibilidade para falar sobre o assunto.
Uma fonte ligada a comissão eleitoral afirmou que uma falha técnica por parte do operador do aparelho utilizado para credenciamento indicado pela coligação esteve na origem do problema.
Questionado se há possibilidade de resolver o problema, o informante disse ser “pouco provável”.
UNITA
Já a UNITA, por meio do seu secretário provincial, Moniz Alfredo, avança que o partido não teve problemas para credenciar os seus delegados de listas.
“Não tivemos nenhuma situação [anormal]. Foram todos credenciados E não há razão de queixa. Foram 1050 delegados credenciados e está garantida a fiscalização”.
Por sua vez, o jornalista e analista Manuel Godinho manifesta preocupação com a situação. “É preocupante porque ficamos aconselhar as pessoas a não ficar na campanha votou e sentou”, disse.
“Os animadores da campanha ‘votou e sentou’ não confiam nos órgãos de gestão do processo eleitoral, nomeadamente, na CNE. Se cumpríssemos com o que a lei eleitoral emana – que cada partido político tem que ter o seu delegado de lista na mesa de voto – eu acho que ficariam esbatidas algumas desconfianças”, disse.