A Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) localizou recentemente, em Luanda, as ossadas de 10 cidadãos que se presume sejam resultantes do 27 de Maio de 1977.
A informação foi avançada esta terça-feira à imprensa pelo coordenador da CIVICOP, Francisco Queiroz, no fim da III Reunião Ordinária desse órgão, tendo referido que estas ossadas estão a ser trabalhadas por uma equipa médico-forense.
De acordo com o igualmente ministro da Justiça e Direitos Humanos, o modo e o local como foram encontrados as ossadas apontam que sejam de pessoas relacionada com o 27 de Maio.
Francisco Queiroz sublinhou que se presume que os ossos possam ser de Nito Alves, Pedro Fortunato, Bakalof, Monstro Imortal, Sita Vales , José Van-Dúnem, David Zé, Urbano de Castro, Domingos Barros “Sabata”, Artur Nunes, Júlio e Ilídio Ramalhete.
Com o objectivo de se poder fazer um exame eficaz, a CIVICOP contactou 25 famílias de vítimas dos conflitos político que estão a colaborar nos exames genéticos.
“Não há certezas relativamente a quem pertencem os ossos, são oito indivíduos com ossos completos e dois com ossos parciais e, neste contexto, estamos agora a espera da conclusão dos exames de ADN”, sublinhou.
Em relação às famílias de vítimas que se encontrem no exterior do país, o governante explicou que os exames genéticos serão efectuados nos países onde residem, descartando-se a hipótese de as ossadas serem trasladadas para o estrangeiro.
Francisco Queiroz realçou a continuação do trabalho de localização de ossadas em outras localidades do país, como na Jamba, província do Cuando Cubango, estando a se trabalhar com o representante da UNITA no órgão.
Em relação aos certificados de óbito, a CIVICOP recebeu dois mil e 438 pedidos, tendo emitido mil e 943.
Deu ainda a conhecer que foram emitidos mil e 417 certidões de óbito, das quais foram entregues mil e 15, bem como recepcionou 20 pedidos de devolução de restos mortais.
No entanto, o governante referiu-se à necessidade de se aumentar as acções de comunicação sobre o processo e a indicação, com clareza, dos espaços nas províncias nos quais os cidadãos podem apresentar pedidos de certidões de óbitos e de informação.