O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) acusou hoje os órgãos de comunicação social públicos de “censura” por não divulgarem as actividades do partido e criticou a falta de publicação dos cadernos eleitorais.
“Vivemos tempos de verdadeiros escândalos, de censura e de falta de acesso igual a informação, tudo questões que a Constituição garante de forma absoluta”, disse Adalberto da Costa Júnior, na abertura da segunda Reunião Ordinária do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA.
“O país acompanhou [no sábado] actos de alguns partidos políticos, nomeadamente da UNITA, mas à noite, nos órgãos de comunicação social públicos, a UNITA não teve nenhum acto, nem um uma imagem, nem um segundo mostrou ao país o acto que desenvolvemos, com milhares de cidadãos, mas que foi excluído, censurado, retirado dos conteúdos e gostávamos de saber porquê”, afirmou Costa Júnior.
A “abordagem às eleições está a fazer-se no pior ambiente democrático, e isso não é normal”, lamentou o líder da oposição, chamando a atenção para a possibilidade de muitos eleitores chegarem ao dia da votação e constatarem que o seu nome está inscrito noutro círculo eleitoral, o que, na prática, impossibilita a votação.
“O Ministério da Administração do Território e a Comissão Nacional de Eleições devem cumprir a lei, afixando as listas dos cidadãos que procederam ao seu registo em todos os municípios do país, as instituições estão a violar a lei, e não podemos aceitar ser conduzidos para eleições de qualquer forma, não podemos deixar andar”, criticou o líder da oposição.
Na intervenção de abertura do segundo dia de trabalhos, Adalberto Costa Júnior disse ainda que a consulta de registo eletrónico do local de votação “já não funciona” e que “a resposta para quem tenta verificar se o seu nome consta da lista é que já não está a funcionar”.
As eleições gerais no país realizam-se em Agosto deste ano.