Num desenvolvimento inédito, estudantes universitários estão a tentar mediar o diferendo entre os docentes do ensino superior e o Governo com vista a pôr termo à greve dos professores que já vai no segundo mês.
O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) apresentou propostas para saída do braço-de-ferro entre o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) e o Governo.
“Nós não queremos mais ouvir falar em anulação do ano académico, a nossa proposta vai inclusive para se prolongar o ano académico até Novembro mas não vamos aceitar a anulação do ano”, diz Francisco Teixeira, presidente do MEA.
Para resolver o impasse sobre a questão salarial, o MEA afirma que “uma das possibilidades e o Estado, ao invés de pagar o salário dos professores mensalmente, pagar por tempo de aula”.
“Propomos 25.000 kwanzas por cada aula, outra proposta era que os professores ao invés dos cinco mil dólares que exigem, que o estado pagasse metade deste valor e a outra parte pagasse em forma de produção científica”, acrescenta.
Estas propostas vão ser discutidas com o SINPES e se houver acordo será apresentada à entidade patronal.
Domingos Kunjuka, outro dirigente do MEA, apela ao Presidente da República que “valorize os nossos professores pagando um salário digno e justo que lhes permita viver durante os 31 dias do mês”.