Em Angola, o período seco, também conhecido por cacimbo, tem duração de três meses e é caracterizada pela ausência de chuva, com noites e madrugadas frias, cujas temperaturas mais baixas foram observadas na região Sul do país.
Nesta época do ano, em algumas localidades do país, sair sem casaco é um autêntico desafio. Porém, este cenário muda, oficialmente, a partir de hoje, dia em que abre o período balnear.
Desta forma, as praias, piscinas e outros recintos balneares ficam abertos por cerca de nove meses, tendo em conta as temperaturas mais quentes, em função do característico sol abrasador.
Do ponto de vista de Saúde Pública, o especialista em Medicina Familiar, Rajiv de Barros, destacou ser fundamental, nesta época quente, a manutenção dos níveis adequados de líquidos e sódio, por ajudarem a prevenir uma série de doenças provocadas pelo calor.
A mudança de estação climática, disse, é carregada de algumas preocupações, pois, com as alterações que se registam advém muitas enfermidades como o paludismo, doenças diarreicas agudas, cólera, febre tifóide, micoses e intoxicação alimentar.
Rajiv de Barros esclareceu que há, igualmente, registo de casos de distúrbios, cuja gravidade varia de desidratação, exaustão por calor e a perda de líquidos.
O especialista avançou que as queimaduras solares não são o principal motivo de consultas médicas nesta época do ano, mas não se deve descurar o uso de protecção solar. Disse ser, ainda, importante evitar a exposição directa e excessiva ao sol e manter-se a pele limpa e seca, para prevenir algumas dermatoses.
Com o aumento das temperaturas e da transpiração, estão criadas, por exemplo, as condições perfeitas para a proliferação de fungos. As micoses, também, podem atingir os dedos dos pés ou as virilhas. Por este motivo, Rajiv de Barros aconselhou as famílias a redobrar os cuidados, usarem os protectores solares, acabarem com as águas paradas (para evitar a propagação de mosquitos), lavar bem os alimentos e as mãos e dormirem em mosquiteiros impregnados com insecticidas.
O uso de repelentes e outros mecanismos para se proteger da picada do mosquito, tendo em conta que, nesta fase, aumenta o pico da malária e o registo de enchentes nas unidades sanitárias, é outra recomendação do médico.
Lugares mais ventilados
Durante a época de calor excessivo, segundo o especialista, é recomendável que se evite permanecer em lugares sem ventilação ou ar condicionado, principalmente se forem pessoas idosas e jovens. “Se possível, devem ser evitados intensos exercícios físicos em ambientes muito quentes ou em espaço inadequadamente ventilado”, destacou o médico Rajiv de Barros.
Campanha contrao risco de desastres
O comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, comissário-chefe Bensau Mateus, procedeu, ontem, em Luanda, à abertura da Campanha Nacional de Sensibilização e Comunicação sobre Riscos de Desastres.
A campanha visa preparar os cidadãos para os desafios que os sinistros podem causar a preparar as comunidades na sua prevenção.
Bensau Mateus disse que o objectivo é informar a população sobre os diferentes tipos de desastres que podem ocorrer numa determinada área, visando prevenir os perigos que possam ocorrer e incentivar as pessoas a adoptarem comportamentos mais seguros e responsáveis sobre os riscos de desastres.
O comandante sublinhou que os desastres são uma realidade no mundo e, em Angola, as inundações, incêndios urbanos e florestais, seca, entre outros eventos, têm impactado severamente na vida e propriedade dos cidadãos.
Para o êxito da campanha, os técnicos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros vão distribuir duas mil cartilhas com informações úteis sobre riscos de desastres nas comunidades previamente identificadas nas 18 províncias.
A campanha vai ainda envolver os órgãos da Comunicação Social e plataformas digitais, de forma a levar a mensagem para todas as localidades do país sob vigilância da Comissão Nacional de Protecção Civil e Bombeiros.
Jornal de Angola