A ministra da Saúde anunciou na quarta-feira (16.11) o início, na segunda-feira, da quarta dose de reforço da vacina contra a covid-19, doença com mais de 104 mil casos registados desde o início da pandemia e 1.922 óbitos.
Sílvia Lutucuta, que apresentou os dados sobre a situação da covid-19 no país, referiu que o país continua a registar casos de covid-19, alguns deles a precisarem de internamento, entre casos graves e críticos, e também algumas mortes.
A titular da pasta da Saúde de frisou que na sua maioria os casos graves e críticos e de mortes não estavam vacinados ou sem as doses completas ou o reforço e tinham associadas comorbidades.
A governante informou que as vacinas serão administradas em unidades hospitalares municipais e por equipas móveis, tendo em conta que foram fechados a maior parte dos postos de vacinação de alto rendimento.
Por sua vez, o secretário de Estado para a Área da Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto, ao apresentar os dados sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Angola disse que diariamente são registados casos da doença.
Nas últimas 24 horas, o país registou 32 casos positivos, dos quais 22 em Luanda, a província mais afetada, sem qualquer óbito e com sete casos de recuperação da doença.
No mesmo período, foram processadas por RT-PCR 160 amostras, sendo dez positivas e 150 negativas, com uma taxa de positividade de 6,3%.
Carlos Alberto Pinto frisou que desde agosto até à presente data tem ocorrido pequenos surtos.
“Depois do número de casos acumulados ter baixado de agosto para setembro de 537 para 191, voltou a aumentar no mês de outubro para 754 casos, ou seja, quatro vezes mais do que no mês anterior”, realçou.
O secretário de Estado disse que o aumento de casos pode estar associado ao mau uso das máscaras e fraca adesão à vacinação.
Segundo Carlos Alberto Pinto, o surto ocorrido entre maio e junho deste ano provocou a morte de 17 pessoas, mas nos meses de agosto e setembro não ocorreu qualquer óbito.
Com o aumento do número de casos novos, acrescentou o governante angolano, nas últimas semanas, em 23 de outubro, foi registada uma nova morte por covid-19 e quatro óbitos no mês em curso.
A directora nacional de Saúde Pública, Helga Freitas, indicou que Angola já administrou 23,2 milhões de doses de vacinas, das quais cerca de 14,9 milhões de pessoas fizeram apenas uma dose, correspondendo a 78,12% da população alvo, cerca de 8,1 milhões de pessoas fizeram as duas doses (42,88%) e 1,3 milhões de pessoas fizeram a terceira dose (6,9%).
Helga Freitas sublinhou que mais de 4,1 milhões de pessoas não fizeram qualquer dose, 6,6 milhões de pessoas não aderiram à segunda dose e 6,7 milhões de pessoas não apanharam a dose de reforço.
“Esta é uma situação que de facto preocupa as autoridades do nosso país, particularmente as autoridades sanitárias e que nos coloca a todos em risco e que, por isso, é que chamamos a que completem cada pessoa o seu ciclo de vacina com a máxima urgência”, frisou.
De acordo com Helga Freitas, um inquérito realizado recentemente para se entender a baixa adesão à vacina, particularmente a segunda dose, revelou que 24,8% dos inquiridos respondeu que se tinha esquecido e 32% disse que não sabiam o motivo.