Governo vai retomar a comercialização de cerca de 500 apartamentos dos quase mil abandonados há cinco anos na centralidade do Capari, no Bengo. Mas a medida está a ser encarada como uma “jogada eleitoralista”.
Já muito se falou sobre o estado de abandono em que se encontram muitas residências na centralidade do Capari, na província do Bengo, a pouco mais de 40 quilómetros da capital angolana, Luanda. Mais de mil apartamentos estão desabitados naquela centralidade há cerca de cinco anos.
Por causa da morosidade na cedência destes apartamentos, populares chegaram a invadir o Bloco 8 deste projeto habitacional, inaugurado há sete anos – diferendo que teve de ser resolvido pelas autoridades judiciais.
Quinze meses depois da invasão, o ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território de Angola anunciou agora em abril a retoma das vendas. De acordo com Manuel Tavares, as residências “dentro dos próximos 20 dias já começarão a ser habitadas”.
“É um grande impacto, principalmente, para os jovens que precisam de habitação e o sonho da casa própria será realizado”, garantiu o representante do Governo angolano.
Aproveitamento político
No total são 31 edifícios, o que corresponde a perto de 500 apartamentos para venda. A retoma da comercialização é aplaudida por populares ouvidos pela DW. Mas a aproximação do período eleitoral, em agosto, leva-os a suspeitar de aproveitamento político.
“Fico admirado porque que é somente agora, vimos que já passou muito tempo, podemos analisar que é por causa das eleições”, disse um cidadão.
“Se não fosse pelas campanhas eleitorais penso que isso não seria comercializado assim ao público. É só para quem tem”, opinou outro popular.
Fonte: DW