LUANDA — O Tribunal de Comarca de Luanda, Dona Ana Joaquina absolveu, por insuficiência de provas, trinta homens que dizem ter pertencido aos comandos “Tigres” do exército angolano e que tinham sido acusados de associação criminosa e de prepararem um golpe de Estado, noticiou Voz América.
É um caso que envolve a inserção de rebeldes “catangueses” nas FAA, durante a década de 1970.
Um desses grupos foi liderado pelo conhecido general Nathaniel Mbumba, que regressou à República Democrática do Congo (RDC), e outro foi liderado pelo comandante Roberto Cafunda, que teria sido incorporado no regimento dos “Tigres”.
O Governo angolano diz que com a paz, esse regimento foi desmobilizado e os seus elementos cadastrados na Caixa Social.
Os réus foram detidos em 2020 e muitos deles afirmaram ter patentes de oficiais das FAA,.
A Procuradoria-Geral da República, descreveu-os de oportunistas.
Além de ter mandado para casa os trinta antigos comandos ″Tigres″ das Forças Armadas Angolanas (FAA), a Juíza da Causa, Juzina Falcão, mandou também investigar várias incidências ligadas ao processo.
A juíza principal da causa, durante a leitura do acórdão, considerou que houve muito exagero durante a fase de instrução do processo.
Segundo Josina Falcão, citada pelo Novo Jornal, não há matéria de prova dos crimes de que são acusados os 30 arguidos, detidos há quase dois anos no Campo Militar do Grafanil.
O tribunal considerou que os arguidos não são falsos militares, pois os mesmos juntaram documentos e fotografias em quartéis militares durante durante tempos de efectividade que certificam com os seus depoimentos.
Conforme atestou o tribunal, com a chegada da paz, em 2002, alguns arguidos foram desmobilizados enquanto outros por motivo de doença pediram transferência para tratamento.
“Ao regressam às suas unidades já não foram reenquadrados, sendo que a maior parte das unidades ou destacamentos foram transferidas para outras regiões militares, pelo que alguns ficaram impossibilitados de se apresentarem para continuarem com a sua vida militar”, assegurou a juíza principal.